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Fenabrave: Vendas de veículos têm o pior primeiro bimestre em 17 anos

Pátio de Veículos da Volkswagen em Taubaté (SP) - Roosevelt Cassio/Reuters
Pátio de Veículos da Volkswagen em Taubaté (SP) Imagem: Roosevelt Cassio/Reuters

Eduardo Laguna

03/03/2022 15h58

Em desempenho que confirma o pior início de ano do mercado automotivo desde 2005, fevereiro foi mais um mês fraco para as vendas de veículos. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, 129,3 mil unidades foram emplacadas no mês passado, 22,8% a menos do que no segundo mês de 2021.

Ainda que levemente superior —alta de 2,2%— ao modesto total de janeiro, o resultado reforça os sinais de fragilidade de demanda em meio à combinação de menor disponibilidade de renda dos consumidores com aumento no custo de aquisição dos veículos, tanto nas tabelas de preços das revendas quanto nos financiamentos dos bancos.

A produção das montadoras continua comprometida pela irregularidade no abastecimento de componentes eletrônicos, porém as vendas têm sido inferiores à limitada oferta de carros. Os 255,8 mil veículos emplacados nos dois primeiros meses do ano ficaram 24,4% abaixo de 2021 e representam o pior primeiro bimestre em 17 anos.

O balanço foi divulgado nesta quinta-feira (3) pela Fenabrave, associação das concessionárias, e mostra que, somente no mercado de carros de passeio e comerciais leves, como picapes e vans, as vendas caíram 24% em relação a fevereiro de 2021, somando 120,2 mil unidades. Contra janeiro, houve alta de 3,1% no segmento.

A liderança neste ano segue com a Fiat, marca de 21% do total vendido entre janeiro e fevereiro, seguida por General Motors (12,9%), Hyundai (11%) e Volkswagen (10,4%).

As vendas de caminhões, um total de 8 mil unidades, seguem na contramão, com alta de 3,2% frente a fevereiro de 2021. Na comparação com janeiro, no entanto, as vendas de caminhões caíram 6,5%.

O balanço da Fenabrave mostra ainda queda de 21,4% das vendas de ônibus em relação a fevereiro do ano passado. Frente a janeiro, as entregas de coletivos (1,1 mil unidades) tiveram baixa de 17,9%.

O corte do Imposto sobre IPI (Produtos Industrializados) promovido pelo governo na semana passada —de 18,5% no caso dos automóveis— pode ajudar a tirar o setor do estado de letargia, ainda que seus efeitos possam ser atenuados por uma aguardada puxada da inflação global com a guerra na Ucrânia.

Estimativas de consultorias como Bright Consulting e Jato Dynamics apontam para vendas adicionais na faixa de 100 mil a 200 mil veículos durante o ano em razão do imposto mais baixo. Segundo a Bright, a redução do IPI permitirá ao mercado praticar descontos entre 1,7% e 1,8%, na média, nos preços dos carros.