BCE indica que pode subir juros 'algum tempo' após fim das compras de ativos
Boa parte dos integrantes do BCE manifestou preocupação com a recente escalada da inflação na zona do euro, de acordo com o relatório. Em abril, a taxa anual de inflação na região se manteve no nível recorde histórico de 7,4%. O quadro foi exacerbado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, mas muitos dos riscos inflacionários já haviam se materializado antes do conflito, ainda conforme a ata.
Nesse cenário, alguns dirigentes consideram importante agir sem atraso indevido para demonstrar o compromisso do BC europeu com a estabilidade de preços, diz o texto. "Tal ação é considerada necessária para evitar que o repique temporário de inflação mais alta se consolide e para evitar que as expectativas de inflação subam ainda mais em relação à meta do Conselho do BCE", ressalta.
Durante a reunião, o economista-chefe da instituição monetária, Philip Lane, afirmou que o Programa de Compras de Ativos (APP, na sigla em inglês) pode terminar no terceiro trimestre. "A proposta foi vista como consistente com a possibilidade de decidir encerrar as compras líquidas de ativos já no final do segundo trimestre ou início do terceiro trimestre", diz a ata.
Os dirigentes ressaltaram ainda que o BCE deve manter a flexibilidade como característica permanente dos instrumentos de política monetária. Segundo eles, os dados recentes sugerem que a guerra no Leste Europeu vai desacelerar a recuperação econômica, mas não interrompê-la.
No mercado, as recentes indicações do BCE foram interpretadas como evidências de que os juros devem ser elevados em julho, conforme mostrou reportagem do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, na semana passada.
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