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Guedes diz ser contrário à reeleição, mas quer novo mandato de Bolsonaro

Guedes disse que continua contra a reeleição, mas depois de dois governos de FHC, dois de Lula e dois de Dilma, "dá pra ter dois de Bolsonaro" - Edu Andrade/Ministério da Economia
Guedes disse que continua contra a reeleição, mas depois de dois governos de FHC, dois de Lula e dois de Dilma, 'dá pra ter dois de Bolsonaro' Imagem: Edu Andrade/Ministério da Economia

Célia Froufe e Lorenna Rodrigues

Brasília

19/05/2022 12h46

Mesmo reforçando sua posição contrária à reeleição, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se mostrou favorável a um novo mandato do presidente Jair Bolsonaro. "A reeleição é tragédia brasileira. Era melhor ter mandato de cinco anos. Sempre fui a favor de acabar com a reeleição", afirmou nesta quinta-feira, 19, durante o seminário Perspectivas econômicas do Brasil, promovido pela Arko Advice e o Traders Club.

Guedes disse que continua contra a reeleição, mas depois de dois governos de Fernando Henrique Cardoso, dois de Luiz Inácio Lula da Silva e dois de Dilma Rousseff, "dá pra ter dois de Bolsonaro". "Tomara que ele (Bolsonaro) faça reforma política", considerou, na hipótese de o atual mandatário continuar no poder por mais quatro anos.

O ministro também disse que está acontecendo um fenômeno político interessante no Brasil e que Bolsonaro ganhou eleições de 2018 sozinho. "Foi uma ruptura, um chega", disse durante o seminário.

Guedes salientou que a vitória de Bolsonaro foi uma ruptura a um ciclo de política que causou moratória, juro de dois dígitos, criou impostos excessivos e tornou a economia fechada, entre outros pontos. "É natural que quem ficou 30 anos no poder reclame", salientou.

O ministro comentou que em sua viagem internacional já no posto, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, teve que enfatizar que acreditava nas instituições brasileiras, na democracia. "Fui a Davos e disse : vou surpreender vocês. Cadê o golpe? Quem deu golpe em quem?", relatou.

Guedes também comentou que, mesmo antes da pandemia de covid, já havia um descredenciamento do Brasil no exterior. "Tive de dizer que acreditava na democracia. Somos democracia resiliente. Se a moça que era terrorista, assaltava banco, pode ser presidente, então um capitão que não fazia nada disso podia ser presidente também", comentou citando indiretamente a ex-presidente Dilma Rousseff.

Instituições

Novamente defendendo Bolsonaro, o ministro disse que "todo mundo comete excessos". "Tem que respeitar a liberdade de opinião, se o cara (Bolsonaro) dá opinião é fascista?", questionou. "Temos que respeitar instituições, tem uma instituição chamada Presidência da República".