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Fitch: cenário-base é de relaxamento na demanda e no trabalho, mas há risco para juros globais

São Paulo

26/06/2023 12h30

Economista-chefe da Fitch Ratings, Brian Coulton afirmou nesta segunda-feira, 26, que seu cenário-base é de que ocorra uma relaxamento "suficiente" na demanda e no mercado de trabalho, para que a inflação global perca fôlego, o que pode abrir caminho para um relaxamento na política monetária "a partir de setembro ou outubro". Durante evento da agência, porém, ele advertiu que existe o risco de que nos próximos seis meses o núcleo da inflação continue a se mostrar elevado de modo persistente, o que daria margem para um "cenário bastante assustador para as taxas de juros".

Coulton falou no evento virtual "Perspectiva Econômica Global: A luta contra a inflação continua". Ele notou que, entre os possíveis desdobramentos no cenário, estão mais estímulos na China.

A agência vê como mais provável estímulos limitados por Pequim para apoiar a atividade local, mas acrescenta que estímulos mais robustos no país representariam um risco de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) global, com consequentes efeitos na inflação.

Caso a demanda e os gastos se mantenham em níveis acima do previsto, o crescimento global também poderia ser maior, e isso "levaria bancos centrais a elevar juros mais do que prevemos", apontou o economista-chefe da agência.

Também presente no evento, o diretor da Fitch Robert Ojeda-Sierra lembrou que o atraso nos efeitos da política monetária pode ser de 12 a 18 meses, e acrescentou que o aperto já adotado por bancos centrais "começa agora a ser sentido" entre mercados emergentes.

Ele disse que os preços de produtos caíram rápido, e estão até negativos em alguns países, mas acrescentou que os de serviços mostram-se mais resistentes. Ojeda-Sierra vê ainda as expectativas de inflação ancoradas nos emergentes em geral.

Os bancos centrais nesses países em sua maioria têm mantido a política monetária, apoiando suas moedas, mas há expectativa de cortes de juros adiante, como no México mais para o fim deste ano, exemplificou.