Preocupação com juro dos EUA e com guerra limita alta do Ibovespa por minério
Após cair para a marca dos 113 mil pontos, o Ibovespa busca subir e tenta defender a faixa dos 114 mil pontos nesta quinta-feira, 19, apesar da divergência dos índices de ações de Nova York. Internamente, o que sustenta a alta são algumas ações do setor metálico e de grandes bancos.
Contudo, o movimento é moderado e pouco convincente, dado que os investidores estão à espera de novidades, aguardando falas de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), especialmente do presidente Jerome Powell.
Os mercados buscam sinais sobre a política monetária americana, enquanto a atividade segue forte e a inflação dá indícios de arrefecimento nos EUA, ao passo que segue a guerra no Oriente Médio.
"O Ibovespa tenta um ajuste. O mercado está muito à deriva do exterior, principalmente. Faltam catalisadores para estimular alta. Segue acompanhando o estresse na curva de juros dos Estados Unidos", diz Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos. Ontem, o principal indicador da B3 encerrou em baixa de 1,60%, aos 114.059,64 pontos.
Conforme Moura, sem fatores que estimulem ganhos, o Índice Bovespa permanece "estagnado, à mercê do exterior, dos juros."
Embora tenham reduzido a valorização, os rendimentos dos Treasuries seguem em níveis elevados, com os de longo prazo tendo batido máximas em 16 anos mais cedo. "Dados ainda fortes da economia norte-americana seguem dificultando o arrefecimento das pressões, o que traz efeitos sobre outros ativos", avalia o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.
Segundo Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, fica difícil vislumbrar uma recuperação firme do Índice Bovespa. Apesar da alta do minério de ferro na China, as bolsas fecharam em queda por preocupações com o setor imobiliário, observa.
"O petróleo cai e a maioria dos balanços de empresas dos Estados Unidos relativos ao terceiro trimestre, divulgados hoje, não agradou. Então, é um cenário complicado para estimar melhora aqui. Fica indefinido, como retrata o giro financeiro, que tem sido baixo. Seguirá acompanhando os movimento dos títulos dos Estados Unidos", diz Monteiro.
No geral, por ora, os resultados dos balanços do terceiro trimestre de empresas americanas informados hoje decepcionaram, elevando a cautela dos investidores que já estão na defensiva em razão da guerra no Oriente Médio, incertezas fiscais nos Estados Unidos e com juros do Fed.
Mais cedo, nos EUA, saíram os pedidos de auxílio-desemprego dos EUA, que cederam 13 mil na semana, a 198 mil, na comparação com previsão de 212 mil.
O petróleo recua em torno de 0,70%, depois de o do tipo Brent ter tocado ontem a marca dos US$ 93 o barril e hoje segue em torno de US$ 90. Com isso, as ações da Petrobras caem cerca de 1,00%, depois de terem renovado o pico histórico na véspera.
As da Vale recuavam 0,21%, mas as demais do setor metálico subiam, seguindo a alta de 0,40% do minério de ferro em Dalian, na China. Por lá, ainda persistem as preocupações com o fragilizado setor imobiliário. As ações da mineradora ainda ficam no foco devido à informação sobre pedido de indenização de R$ 100 milhões. A empresa nega que tenha sido notificada sobre a petição.
Às 11h33, o Ibovespa subia 0,06%, aos 114.125,25 pontos, após avançar 0,39%, na máxima aos 114.501,72 pontos e de ceder 0,26%, na mínima aos 113.767,75 pontos.
Entre os grandes bancos, Unit de Santander subia 0,94%; Bradesco PN avançava 0,49% e Itaú Unibanco PN tinha elevação de 0,49%. Banco do Brasil ON subia 0,83%.
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