Ciclo será o necessário para trazer a inflação de volta à meta, diz diretor do BC
O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, reforçou nesta segunda-feira, 13, a mensagem de que a extensão do ciclo de cortes de juros será a necessária para trazer a inflação de volta à meta central - 3% nos próximos anos - no horizonte relevante da política monetária. Ao abrir um evento promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em parceria com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Guillen ressaltou que o BC tem sido cauteloso porque as expectativas de inflação seguem desancoradas.
Após comparar a experiência do Brasil e de outras economias durante e após o choque da pandemia, o diretor do BC disse que o primeiro estágio da desinflação global é menos custoso, mais atrelado a preços, por exemplo, das commodities e administrados.
"Quando você olha a diferentes países, vê que este movimento é mais rápido", assinalou Guillen.
Já o segundo e atual estágio, iniciado em dezembro, tem uma tendência diferente, mais relacionada a fundamentos econômicos, como o hiato do produto e expectativas, emendou.
Ele pontuou que o Brasil não está sozinho, pois muitas das questões do País são também de várias economias do mundo. Como a pandemia foi um choque global simultâneo, Guillen pontuou que era óbvio que as economias mostrariam correlação nos instrumentos monetários e fiscais acionados durante a crise sanitária. Além disso, afirmou, o Brasil pôde aprender e se posicionar a partir da experiência de outros países.
O mesmo debate que acontece no Brasil em busca de explicações sobre as surpresas econômicas, como o tamanho do PIB potencial e a taxa neutra, também acontece em outros países, observou o diretor do BC. E da mesma forma, a resiliência do mercado de trabalho não gerou, em geral, pressão sobre a renda nas economias.
A questão agora, pontuou Guillen, é se haverá um descolamento ou não entre as estratégias dos países na saída da pandemia.
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