Cautela no exterior antes de PIB dos EUA e queda do petróleo pesam no dólar
O dólar opera em alta no mercado local, acompanhando a valorização externa da divisa americana em meio à queda dos preços do petróleo e dos índices futuros em Nova York. O ajuste interno pode estar refletindo também preocupações renovadas com a crise do setor imobiliário na China, que deprimiu as bolsas nesta quarta-feira, 28, na região asiática.
As rolagens de contratos futuro podem apoiar alguma volatilidade, sobretudo à tarde, em preparação para a disputa final pela definição da última taxa Ptax de fevereiro, na quinta-feira.
Os juros dos Treasuries operam em baixa. Os investidores estão na expectativa pela publicação da revisão do PIB dos EUA no 4º trimestre e do PCE no período (10h30) e por discursos de dois dirigentes do Federal Reserve: Raphael Bostic, de Atlanta, às 14h; e John Williams, de Nova York, às 14h45. A dirigente do BCE Elizabeth McCaul discursará também em evento do Fed de Nova York, às 11h.
Além disso, as reuniões do G20 em São Paulo terão nesta quarta a participação virtual do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e presencial de presidentes do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e do BCB, Roberto Campos Neto. À tarde, as atenções ficam ainda no resultado do Governo Central (16h). Mais cedo, o IGP-M de fevereiro mostrou deflação, após o IPCA-15 de fevereiro vir abaixo da mediana estimada pelo mercado.
O investidor olha ainda reação negativa dos ADRs da Vale em Nova York à fala do presidente Lula de que a mineradora "não pode pensar que é dona do Brasil". Circula também notícia de que a companhia considera alternativa de um mandato mais curto para CEO, na tentativa de destravar a sucessão da presidência. O minério de ferro subiu 1,08% em Dalian, na China, cotado a US$ 123,5 por tonelada. Também os papéis da Petrobrás podem ser afetados pelo recuo dos preços do petróleo nesta manhã.
Sobre a pauta econômica no Congresso, o presidente Lula assinou nesta terça-feira à noite uma medida provisória (MP) revertendo a reoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e um projeto de lei será publicado no Diário Oficial. A reversão atende a acordo político firmado pelo governo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A nova MP torna sem efeito todo o trecho contido na anterior, mas mantém a extinção do programa de incentivo tributário ao setor de eventos e turismo, o Perse, e a limitação às compensações tributárias feitas pelas empresas em caso de vitória contra o Fisco na Justiça. A extinção do Perse é importante para a equipe econômica porque vai produzir uma economia de R$ 6 bilhões neste ano.
Mais cedo, o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, disse que a instituição aguarda novos dados de preços da zona do euro para confirmar que a inflação se encaminha para a meta oficial de 2% e decidir sobre eventuais cortes de juros. Em entrevista à emissora de TV espanhola Antena 3, Guindos disse que a evolução da inflação tem sido "muito positiva", lembrando que a taxa anual do bloco era superior a 10% no fim de 2022 e agora se encontra ligeiramente abaixo de 3%.
Na agenda interna, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) caiu 0,52% em fevereiro, após alta de 0,07% em janeiro. A queda foi maior do que a mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, que apontava baixa de 0,50%. Com esse resultado o índice acumula queda de 3,76% em 12 meses.
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 1,5 ponto na passagem de janeiro para fevereiro, na série com ajuste sazonal, para 94,2 pontos. Em médias móveis trimestrais, o ICS cresceu 0,2 ponto.
Às 9h45, o dólar à vista subia 0,38%,9aos R$ 4,9524. O dólar futuro para março avançava 0,38%, aos R$ 4,9510.
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