Chefe-adjunto do BC se recusa a falar sobre saída de dólares; assunto já foi comentado, diz
O chefe-adjunto do departamento de estatísticas do Banco Central, Renato Baldini, se recusou a comentar sobre a saída de dólares do País em uma entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira. Indagado, o técnico disse que o tema foi "exaustivamente comentado" pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, e pelo diretor de Política Monetária e presidente interino, Gabriel Galípolo, na última quinta-feira, 18.
"Dezembro tem uma oportunidade importante de saídas referentes a dividendos", disse Baldini. "Eu não tenho nada de significativo a acrescentar."
Na quinta-feira, Campos Neto disse que a saída de dólares pelo canal financeiro neste mês de dezembro superou a média dos últimos anos, inclusive pelo canal de pessoa física e por meio do pagamento de dividendos. O BC tem feito intervenções para balancear esse fluxo e, desde o último dia 12, já liquidou US$ 16,760 bilhões em leilões à vista, o equivalente a 4,62% das reservas internacionais.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, agentes do mercado e do governo consideram que o receio da tributação para os mais ricos, que deve ser usada como uma forma de compensação para a isenção de Imposto de Renda para quem recebe renda de até R$ 5 mil por mês, pode estar por trás de pelo menos parte desse fluxo.
O BC continua monitorando a demanda por dólares e os dealers de câmbio têm avisado que o fluxo de saída continua forte. A saída de US$ 14,699 bilhões do País entre 1º e 19 de dezembro foi a maior para o período na série histórica do BC, iniciada em 2008.
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