Forbes: se os investidores brasileiros acharam que o Natal foi ruim, esperem 2016
SÃO PAULO - O Brasil está barato ou não? Se na semana passada, o estrategista do Societe Generale Larry McDonald disse para a CNBC que o Brasil terá uma verdadeira virada e será o lugar para se estar em 2016, a Forbes fez um cenário pouco promissor para as ações do setor de varejo em artigo chamado " If Brazil Investors Thought Christmas Was Bad, Wait Til All Of 2016".
O artigo, escrito por Kenneth Rapoza, ressalta que, para os investidores que acham que o Brasil ainda é uma história de consumo e lamentaram o desempenho das ações do setor de varejo, haverá um alinhamento das expectativas neste ano que se inicia.
O próximo ano será de queda das margens para a maior parte das varejistas brasileiras, de gigantes do setor de supermercados como o Pão de Açúcar até a Lojas Americanas. Algumas dessas ações tiveram um desempenho superior ao do Ibovespa ao longo dos últimos meses, com os investidores avaliando que o setor pode ser o único lugar onde valha a pena colocar o dinheiro. Lojas Americanas, por exemplo, subindo forte ao longo das quatro semanas finais de 2015, enquanto o Ibovespa caiu 3,5%.
As perspectivas para o setor são modestas, com qualquer leve crescimento representando uma boa notícia, afirma a Forbes. As vendas caíram 1% em 2015. Citando uma matéria do jornal O Estado de S. Paulo, a Forbes ressalta que o varejo espera margens mais apertadas em 2016. O presidente do GPA, Ronaldo Iabrudi, reconheceu que o varejo de alimentos do grupo deve sentir pressão na margem bruta. Esse indicador já caiu 0,9 ponto porcentual no terceiro trimestre de 2015 ante igual período do ano anterior, ficando em 24%.
"Vamos considerar, um valor de 24% ainda é bom, mostrando a habilidade das companhias brasileiras em fazer lucro uma boa notícia", afirma. O Pão de Açúcar é uma das maiores companhias brasileiras listadas no exterior e não está muito barata, afirma a Forbes, valendo 15 vezes o lucro e deve ter seu valor destruído ainda mais por conta da queda do real. No ano de 2015, contudo, a queda foi de mais de 70%.
Enquanto isso, os players mais voltados ao setor de eletrônicos estão enfrentando um excesso de oferta. A Magazine Luiza viu seus papéis caírem mais de 70% em 2015, apesar de ter praticamente dobrado de valor nas últimas semanas do ano passado, sendo um "Feliz Natal" para os investidores da ação. Porém, ele afirma, é difícil ver algum upside maior daqui para frente.
A Forbes ainda ressalta que, mesmo com margens de dois dígitos, os varejistas ainda não são olhados com bons olhos o setor. Mesmo que o real fraco signifique que os brasileiros estão deixando de ir para Miami ou Nova York e consumindo produtos nacionais, o clima ruim e a queda da taxa de emprego estão fazendo com que eles gastem menos, e os dados mostram isso. E boas margens não estão dando alento para ações do setor na Bolsa, como Guararapes, que caiu 43% no ano passado, ressalta.
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