Após rebaixar o Brasil em dezembro, Fitch vê recessão mais profunda
SÃO PAULO - Em relatório divulgado nesta terça-feira (19), a agência de classificação de risco Fitch explicou que o rebaixamento da classificação de risco do Brasil ocorrido em dezembro refletiu uma recessão econômica mais profunda, evolução da adversidade fiscal, aumento da dívida do governo e aumento da incerteza política. Esta combinação de fatores corroeu as notas do Brasil, disse a Fitch, que tirou o selo de bom pagador do país no ano passado.
De acordo com o documento, a agência acredita que a recessão econômica do Brasil pode ser mais profunda e prolongada do que o previsto anteriormente. Para a equipe da Fitch, as perspectivas de médio prazo permanecem fracas, sendo que uma significativa recuperação no crescimento só é provável uma vez que o ambiente político se estabilize.
"Ao mesmo tempo, o desempenho fiscal continuou a deteriorar-se em 2015, enquanto que as repetidas mudanças feitas nas metas fiscais feriram a credibilidade da política", afirmam os analistas no documento. Para a Fitch, a consolidação fiscal mais lenta do que o esperado e as perspectivas de crescimento fraco levarão a um crescimento mais rápido da dívida pública do que era previsto em seu rebaixamento do Brasil em outubro para 'BBB-'.
"Riscos de governabilidade e incerteza política têm complicado o cenário, com o início de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff adicionando uma camada adicional de incerteza. A Fitch acredita que esses processos vão prejudicar uma execução eficaz de ajustes fiscais corretivos e de reforma estruturais mais amplas", completa a agência de risco.
Entenda como as agências fazem o cálculo da nota
O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa ou um país.
Ele busca medir a probabilidade de calote de obrigações financeiras. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.
Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida.
Agências de risco falharam na crise
As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.
Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.
O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.
Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.
(Com Reuters)
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