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Pesadelo do Brasil parece não ter fim, diz Washington Post

12/04/2016 12h22

SÃO PAULO - "O pesadelo do Brasil: sem fim à vista". É com esse título que o jornal americano Washington Post destacou o cenário brasileiro em artigo de opinião do início desta semana, afirmando que ninguém sabe para onde a mistura de decepção com a queda econômica e a desilusão na política levará o País.

“Por enquanto, as disfunções política e econômica alimentam uma à outra. A agitação política acaba com a confiança do mercado, e isso enfraquece a economia e amplia a insatisfação política'', afirma o artigo. 

Robert J. Samuelson, que assina o artigo para o jornal, destaca que o Brasil receberá em agosto as Olimpíadas, que responde por 40% da economia da América Latina, mas que enfrenta um cenário de fortes dificuldades. Se, em uma década atrás, o Brasil era tido como o mascote dos países emergentes, com o ápice em meio a alcunha dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), o cenário agora é de forte queda para a economia. Boa parte desta reversão é por conta do fim do boom de commodities, mas outra parte é também por conta da má gestão interna da economia, aponta o jornal.

O jornal americano afirma que a presidente Dilma Rousseff expandiu fortemente o gasto público antes das eleições, de modo a se eleger. Agora, essas políticas têm que ser revertidas, gerando efeitos adversos. Enquanto isso, a presidente sofre um processo de impeachment, tendo como principal acusação a de que teria praticado as "pedaladas fiscais".

Para o articulista do jornal, mudar a situação do Brasil vai ser difícil. “O que o Brasil ensina é que a promessa dos países com 'mercados emergentes' muitas vezes era pura esperança. A presunção de que esses países, especialmente os BRICs, conseguiriam diminuir lacunas com as sociedades avançadas. Eles conseguiriam adotar tecnologias conhecidas, expandir sua educação e melhorar a administração local. O que se perdeu nessa visão simplista foi o impacto de diferenças nacionais – valores, instituições e políticas – no crescimento econômico capaz de impressionar'', conclui a publicação.