ETCO: Fiscalização frágil na tríplice fronteira facilita atividade de criminosos e terroristas
SÃO PAULO, 17 de abril de 2018 /PRNewswire/ -- Apesar das recentes operações na Tríplice Fronteira comandadas pela Polícia Federal e Força Nacional, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal, o Ministério da Segurança Pública reconhece que é insuficiente o efetivo para o combate cotidiano aos crimes cometidos na região – tráfico de drogas e armas, lavagem de dinheiro e contrabando – especialmente de cigarro.
"A fiscalização cresceu, mas tem de aumentar ainda, aumentar muito mais. Falta o país entender que sem infraestrutura, o crime toma conta. E não adianta focar apenas em um local, quando aperta a fiscalização em Foz, o crime migra, basta olhar os dados de Mato Grosso do Sul", diz Luciano Stremel Barros, presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), referindo-se às novas rotas de tráfego dos produtos contrabandeados, drogas e armas.
A fronteira do Brasil com o Paraguai em Foz do Iguaçu tem um fluxo diário de cerca de 39 mil veículos na Ponte Internacional da Amizade, nos sentidos Brasil-Paraguai e Paraguai-Brasil, segundo pesquisa do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas (UDC). Na fronteira com a Argentina o fluxo é de 8,5 mil veículos por dia, cruzando a Ponte Internacional da Fraternidade. Em relação aos pedestres que cruzam a ponte que liga o Brasil ao Paraguai, os estudos apontam mais de 24 mil pessoas diariamente entrando ou saindo a pé do território brasileiro, subindo para 114 mil pessoas ao se considerar as que trafegam em automóveis, motos, vans, táxis e ônibus. Em relação à fronteira com a Argentina, o fluxo diário é de 28,7 mil pessoas em veículos.
Esses dados totalizam fluxo diário de 142,7 mil pessoas e 47,5 mil veículos cruzando as fronteiras de Foz do Iguaçu transportando uma diversidade de produtos legais e ilegais.
O cigarro é hoje o produto mais contrabandeado do Paraguai para o Brasil. A participação de mercado do tabaco paraguaio saltou de 20% em 2011 para 45% em 2016, um prejuízo de 9,7 bilhões ao cofres públicos em 2017. O lucro do contrabando de cigarro é usado pelas facções criminosas que controlam a atividade – em especial o PCC – para financiar o tráfico de drogas e armas.
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FONTE Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO)
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