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Empréstimos do BNDES caem pela primeira vez desde 2006

Fabíola Ortiz

Especial para o UOL Economia, no Rio

16/05/2011 14h50

Os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiram R$ 24,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, anunciou a instituição nesta segunda-feira (16), no Rio de Janeiro.

Este valor representa uma queda de 2% em relação ao primeiro trimestre de 2010, a primeira redução para o período desde 2006.

Os empréstimos às empresas de menor porte foram destaque no desempenho do banco entre janeiro e março.

Segundo o BNDES, as liberações de créditos às micro, pequenas e médias empresas e pessoas físicas permaneceram em alta nos três primeiros meses deste ano com R$ 11,2 bilhões em financiamento, um crescimento de 13%.

Já as grandes empresas tiveram desembolsos de R$ 13,7 bilhões, uma queda de 12% na comparação com o primeiro trimestre de 2010.

Segundo o presidente Luciano Coutinho do BNDES, o desempenho no primeiro trimestre de 2011 manteve uma “certa estabilidade” em relação ao mesmo período do ano passado.

“Isso coincide com a nossa intenção deliberada de moderar os desembolsos [empréstimos] neste ano e estimular o crescimento do mercado de financiamento privado a longo prazo. Estaremos em linha com necessidade de moderar também o ritmo de crescimento dos investimentos que era forte demais, chegou a crescer em alguns trimestres do ano passado 28% ao ano.  Agora o objetivo é um crescimento mais moderado e acima do crescimento esperado do PIB”, disse Coutinho.

O volume de aprovações de crédito nos primeiros três meses de 2011 registrou R$ 36,2 milhões, um aumento de 23% em relação ao mesmo período de 2010, já o enquadramento de financiamento do banco somou R$ 37,1 milhões, um aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano passado.

“O relevante do ponto de vista macroeconômico é que, nesse primeiro trimestre, o BNDES não representou um fator de expansão do crédito. O BNDES esteve praticamente estável com uma pequena queda nominal”, afirmou Coutinho.

“Esses processos refletem ainda um sinal de firmeza no crescimento dos investimentos e nossa expectativa é que o conjunto de investimentos da economia continue crescendo a uma taxa próxima a 10% ao ano”, disse.

Setores

Os setores que registraram maiores crescimentos, segundo o BNDES, neste primeiro trimestre, foram a indústria extrativa com R$ 800 milhões, a química e petroquímica com R$ 1,17 bilhões e o setor de transportes com R$ 7,41 bilhões.

O presidente do BNDES afirmou ainda ter uma expectativa “ideal” de o investimento crescer a uma taxa no mínimo duas vezes a velocidade do crescimento do PIB.