Veja 10 áreas onde pequenas empresas podem lucrar com a Copa
A realização da Copa 2014 no Brasil já está movimentando a economia, e micro e pequenos empresários também podem lucrar com as oportunidades geradas pelo evento.
Estudo elaborado pelo Sebrae em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas) aponta os principais setores que serão afetados pela realização da Copa no Brasil. São eles: agronegócios, varejo, construção civil, economia criativa, madeira e móveis, turismo, produção associada ao turismo, serviços, tecnologia da informação e vestuário.
Alguns deles já estão com negócios a todo vapor, como é o caso da construção civil, por conta das obras de infraestrutura. Outros terão demandas mais acentuadas durante a realização do evento. O movimento de pessoas provocado pelo evento em 12 capitais brasileiras deve surtir efeitos diretos e indiretos nas cadeias produtivas e de serviço.
São esperados 600 mil turistas estrangeiros e 1,1 milhão de brasileiros viajando durante o torneio, o que irá movimentar a rede hoteleira, restaurantes e o comércio em geral, incluindo fornecedores e distribuidores. Além disso, as transmissões dos jogos vão mobilizar um grande aparato tecnológico e de telecomunicações.
Até 2013, o Sebrae planeja investir R$ 80 milhões em iniciativas para possibilitar que os pequenos negócios aproveitem as oportunidades da competição esportiva. Por meio do projeto Sebrae 2014, os empreendedores poderão contar com programas de consultoria, inovação e acesso a mercados.
Ricardo Azevedo, autor do livro “O Brasil e a Copa do Mundo”, diz que os micro e pequenos empresários não devem excluir a Copa de sua estratégia de negócios, independentemente de sua área de atuação.
“A oportunidade é para todos, mas só vai aproveitar quem estiver preparado. As alianças são valiosas, é importante se articular setorialmente com associações, universidades, instituições financeiras etc.”, afirma Azevedo.
Empresas precisam mapear parceiros e fazer diagnósticos internos
Segundo Carlos Eduardo Maccariello, diretor de produtos do Itaú Empresas, a Copa trará impactos diretos e indiretos e é essencial que as empresas se capacitem e repensem seus processos.
“A MPE (micro e pequena empresa) precisa conhecer mercados e concorrentes, saber quais produtos poderão ser consumidos e desenvolvidos, mapear parceiros, fazer um diagnóstico interno das ferramentas que ela já tem e de quais elas precisa para, então, executar suas ações”, afirma.
O empreendedor Alan Pakes, proprietário da agência Invista em Você Viagens e Intercâmbio, já está desenvolvendo outros produtos de olho nos novos negócios que a Copa pode gerar.
“Estamos com um programa piloto de turismo receptivo já em implantação. Sabemos que a demanda por esse serviço será grande na Copa, mas queremos que ele permaneça depois do evento. Por isso, estamos buscando parceiros no exterior e levantando capital para investir em equipes”, afirma Pakes.
Acesso a novos mercados deve ser o principal benefício para as MPEs
Para Rosa Alegria, consultora especializada em pesquisa de tendências, desenvolvimento de cenários e criação de estratégias, as MPE precisam estar atentas não apenas a questões tecnológicas e de estrutura, mas também relacionadas à gestão inovadora.
“As inovações que terão destaque daqui para frente são as que têm o objetivo de proporcionar bem-estar para as pessoas, é a inovação para preservar”, diz.
Bruno Caetano, superintendente do Sebrae-SP, diz que o principal legado da Copa para as MPEs serão as melhorias na gestão das empresas e o maior encadeamento produtivo entre as pequenas e as grandes.
“Uma grande empreiteira que constrói um estádio precisa de fornecedores de uniformes para os operários, por exemplo. A Copa vai possibilitar o acesso a novos mercados que continuarão após o evento”, diz Caetano.
Apesar de o mundial ser somente daqui a dois anos, as oportunidades já estão surgindo. “Do ponto de vista empresarial, a Copa já começou. Quem ainda não começou a pensar em como poderá aproveitá-la está atrasado. Mas, ainda dá tempo”, declara.
Caetano destaca que nem todas as empresas são obrigadas a lançar um novo produto ou serviço por causa da Copa no Brasil. “Com ou sem copa, o pressuposto básico antes de lançar qualquer novidade é ter um plano de negócios e fazer uma pesquisa de mercado para identificar as necessidades dos consumidores. O evento sozinho não é garantia de sucesso”, diz.
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