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Acordo com manutenção de empregos por 2 meses e redução do piso põe fim à ameaça de greve da GM

Funcionários da GM de São José dos Campos (SP) paralisaram atividades em protesto contra possíveis demissões - Nilton cardin/Sigmapress
Funcionários da GM de São José dos Campos (SP) paralisaram atividades em protesto contra possíveis demissões Imagem: Nilton cardin/Sigmapress

Elaine Rodrigues

Do UOL, em São José dos Campos (SP)

26/01/2013 22h44

Terminou em acordo a reunião entre GM (General Motors) e sindicato, realizada neste sábado (26),  em São José dos Campos, interior de São Paulo. Entre os principais pontos, ficaram acordadas a manutenção por mais dois meses de todos os empregos, a criação de um sistema alternativo de banco de horas e a redução do piso salarial inicial de R$ 3.100 para R$ 1.800.

Após esses dois meses de prorrogação do lay-off, cerca de 650 trabalhadores serão demitidos e receberão, além da multa rescisória, o proporcional a três salários.

"Esses funcionários poderão ser reintegrados se aparecer uma  oportunidade. Quanto aos demais, nós não temos alternativa, serão dispensados", afirmou Luiz Moan, diretor de relações institucionais da fábrica. Ele afirmou ainda que a empresa, com o resultado do acordo, irá investir R$ 500 milhões na planta de São José dos Campos e promete novas negociações para atrair mais investimentos para a cidade.

A reunião, que começou por volta das 10h30 da manhã deste sábado, só terminou às 19h30, após nove horas de negociação. Participaram da reunião cerca de 20 pessoas, entre eles Moan, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Antônio Ferreira de Barros, o secretário nacional de relações do trabalho, Manoel Messias Nascimento Melo, e o prefeito de São José dos Campos, Carlinhos de Almeida (PT).

O sindicato deixou clara sua insatisfação com o resultado do acordo que, segundo eles, reduz direitos essenciais dos trabalhadores. "Achamos que a empresa poderia ter cedido mais. [...] Essa é uma política que diminui o direito dos trabalhadores", declarou Antônio Ferreira de Barros, na entrevista coletiva ao final da reunião.

Outro grande impasse foi a substituição do sistema de horas extras pelo de bancos de horas. Ficou definido um sistema de compensação da jornada que, dependendo da demanda do mercado, a GM poderá solicitar um total de até 12 dias ao ano de banco de horas.

A negociação, que começou em agosto de 2012, visava evitar o fechamento de uma das linhas de montagem de veículos automotores (MVA) no complexo da GM em São José dos Campos, onde atualmente é produzido o Classic. O MVA seguirá aberto até o final de 2013 e serão mantidos outros 800 postos de trabalho, que serão renegociados novamente em 2014.