Petrobras avalia parceria com grupo de Eike Batista, confirma estatal
O Grupo EBX, do empresário Eike Batista, poderá fornecer infraestrutura e outros serviços à Petrobras no médio e no longo prazo, afirmou nesta terça-feira (9) a presidente da estatal, Maria das Graças Foster.
Rumores sobre uma possível parceria já circulavam pela imprensa. Esses rumores ajudaram a conter a queda das ações das empresas de Eike na Bovespa na segunda-feira. Nesta terça, os papéis operavam em alta.
"É um negócio; não se trata de ajuda", afirmou Graça Foster, como prefere ser chamada a executiva, em uma conferência com jornalistas.
Parceria reduziria custos, diz presidente da Petrobras
A estatal está considerando o grupo de Eike como potencial parceiro, por exemplo, para reduzir seus custos e sua necessidade de investimentos em logística, acrescentou a executiva da Petrobras, após detalhar o plano de negócios do período 2013-2017 na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
"A Petrobras não pode tudo, não quer fazer tudo, construir tudo, nem ser dona de tudo. Isso inviabiliza e dificulta a própria companhia. Queremos usar o máximo que os outros tenham pagando preço de mercado", disse.
As empresas de Eike Batista têm sido questionadas por investidores, registrando perdas na Bovespa, em meio a dificuldades em apresentar bons resultados.
Graça explicou que a Petrobras avalia há meses quais parcerias poderá realizar para reduzir necessidades de investimento. O objetivo é usar infraestrutura de outras empresas mediante pagamento de tarifas.
A estatal já havia mencionado, em meados de março, que considerava o porto de Açu, de Eike Batista, no norte fluminense, como uma das opções logísticas para a empresa.
Porto de Açu deve abrigar negócios de minérios e petróleo
O Porto do Açu está sendo construído para abrigar empreendimentos de vários tipos, principalmente no setor de petróleo.
O terminal 1 é uma construção em mar com uma ponte de acesso com três quilômetros de extensão. O terminal 2, ao lado, será instalado no entorno de um canal para navegação, que contará com 6,5 quilômetros de extensão, com mais de 13 quilômetros de cais.
Originalmente concebido para operações de minério de ferro, o porto tem a Anglo American como sócia e já atraiu vários outros parceiros.
A mineradora quer da empresa de logística de Eike prioridade operacional para embarques de minério de ferro em seu terminal no porto de Açu, já que a LLX decidiu incluir mais berços de atracação para petroleiros do que para navios de minério no terminal que constrói em parceria com a Anglo.
Notícia da 'Veja' gera crise de confiança sobre porto de Açu
Em sua última edição, a revista Veja publicou que as obras do projeto da LLX Logística do Porto do Açu foram realizadas sem um estudo do solo, o que levantou os riscos da obra afundar --literalmente. Agora, o estaqueamento (um tipo de alicerce) do estaleiro começou a ruir. As obras do porto começaram em outubro de 2007 e envolvem uma área total de 90 quilômetros quadrados.
A empresa, porém, afirmou que as acusações são 'inverídicas e infundadas' e que não há qualquer problema com as fundações ou edificações do estaleiro.
Segundo a assessoria da empresa de Eike Batista, todas as obras realizadas no Superporto do Açu e no estaleiro da OSX Brasil no Açu são baseadas em rigorosos estudos, e afirma que nunca houve e nem há qualquer problema com as fundações ou edificações do estaleiro.
"Todo o processo de estaqueamento e fundações realizado no estaleiro da OSX, assim como os estudos geotécnicos e os projetos são desenvolvidos por empresas altamente qualificadas", diz a LLX em comunicado. A nota é finalizada com o reforço de que as obras do Porto do Açu e do estaleiro da OSX seguem em ritmo avançado, com operação prevista para este ano.
(Com Reuters)
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