Indústria critica bancos e diz que juros no país ainda são muito altos
Os juros no Brasil ainda estão muito altos e atrapalham as indústrias, segundo documento divulgado nesta terça-feira (21), pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O "Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022" é um estudo realizado em nove meses pela CNI, com participação de cerca de 500 representantes empresariais.
O documento faz uma análise dos desafios do país para a próxima década na área industrial e apresenta dez pontos que a CNI considera fundamentais para melhorar a produtividade e a competitividade.
Segundo a CNI, "a despeito da queda da taxa básica de juros Selic em 2011 e 2012, o Brasil continua entre os países com maior taxa de juros reais no mundo. Um dos fatores explicativos das elevadas taxas de juros no Brasil é o spread bancário, um dos mais altos do mundo".
Spread é o ganho que os bancos têm com os juros. Quando eles emprestam dinheiro para seus clientes, como no cheque especial, cobram juros muito maiores do que os juros que pagam aos clientes que investem em fundos, por exemplo. Essa diferença de juros é que é chamada de spread.
O documento da CNI diz que as medidas anunciadas em 2012 para elevar a competição no setor bancário e reduzir a taxa de juros ao tomador final, resultaram em redução dos spreads, em especial para pessoas físicas, com impacto sobre o juro médio do crédito livre para esta categoria. Mas, "o spread bancário no país, entretanto, ainda está bem acima do padrão internacional", aponta o documento.
De acordo com a CNI, o aumento do acesso ao financiamento bancário de baixo custo é um dos caminhos para fortalecer a competitividade da indústria. As altas taxas de juros reais para os padrões internacionais (particularmente para o capital de giro), spreads bancários elevados, insuficiência de crédito de longo prazo e de fontes estáveis de recursos são os principais gargalos.
Apesar dos avanços na relação crédito bancário/PIB, a comparação internacional evidencia espaço para crescimento do crédito no país. O total das operações de crédito do sistema financeiro no país representa, em percentuais do PIB, cerca da metade do apresentado pelas principais economias
da OCDE, diz a CNI.
O mapa mostra que o crédito bancário destinado diretamente à indústria totalizava R$ 436 bilhões em 2012, ou 20% do total das operações realizadas pelo sistema financeiro. "Contudo, observa-se que o crescimento médio das operações de crédito destinadas à indústria foi de 15% ao ano., o mais baixo por atividade entre 2001 e 2012."
Além disso, o crédito destinado à indústria é predominantemente público (50,5% das operações, em 2012). Os bancos particulares nacionais respondiam por 35,8% da oferta de crédito, e os estrangeiros por 13,7%.
Em 2012, o BNDES (que é um banco público) destinou 31% dos desembolsos à indústria, sendo o principal mecanismo de crédito de longo prazo no Brasil e tem como tomadores predominantes as grandes companhias que operam no país, mostram os dados da CNI.
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