Abilio Diniz chega a acordo com Casino e deixa Pão de Açúcar
O empresário Abilio Diniz chegou a um acordo com o francês Casino e deixará o Grupo Pão de Açúcar (PCAR4).
Em nota conjunta, Abílio Diniz e Jean-Charles Naouri, presidente do Conselho do Grupo Casino, afirmam que "decidem terminar suas disputas e concluir sua parceria de maneira benéfica para ambos, de forma que cada um possa livremente seguir em frente e perseguir novas oportunidades".
O acerto envolve a troca das ações ordinárias (com voto) que Abilio tem na Wilkes, holding de controle do Pão de Açúcar, por papéis preferenciais --sem direito a voto-- detidos pelo Casino, na razão de 1 para 1, melhor para o empresário do que a proporção de 0,91 estabelecida no acordo de acionistas.
As duas partes também encerrarão todos os litígios que têm entre si.
A saída de Abilio da presidência do Conselho do Pão de Açúcar, fundado por seu pai em 1948, põe fim a uma conturbada relação do empresário com o Casino.
Em nota, o empresário afirma que "deseja muito sucesso ao Sr. [Jean-Charles] Naouri e ao Grupo Casino. Ele expressa seus desejos mais sinceros para que o Grupo Pão de Açúcar continue crescendo com suas pessoas, sua cultura e seus valores, contribuindo para o desenvolvimento do país".
Jean-Charles Naouri afirma no mesmo comunicado que "expressa sua gratidão pelas muitas contribuições do Sr. Diniz e de sua família, e deseja muito sucesso em seus projetos futuros".
Briga pelo controle do Pão de Açúcar
O Casino assumiu o Pão de Açúcar em agosto, numa troca que já era anunciada desde 2006, quando os franceses compraram o controle do grupo. O Casino investiu pela primeira vez na rede varejista em 1999, quando resgatou o grupo de dificuldades.
A disputa pelo controle da rede varejista ganhou os holofotes em 2011: Abilio Diniz tentou romper o acordo ao propor uma fusão da companhia brasileira com o arquirrival do Casino, o Carrefour. O Casino, como esperado, vetou o negócio, e a ofensiva da parte brasileira terminou em fracasso.
O plano de fusão previa a união dos dois maiores grupos de distribuição brasileiros --o Pão de Açúcar e o Carrefour Brasil-- para criar um gigante avaliado em US$ 41,899 bilhões.
Além de impedir a negociação, os franceses do Casino a qualificaram de "hostil e ilegal" e encarregaram seu presidente, Jean-Charles Naouri, de fazer valer essa posição "por todos os meios necessários".
Atualmente, o Brasil é o segundo maior mercado para o Casino no mundo depois da França e é um pilar importante na expansão do grupo francês em mercados emergentes em um momento de fraqueza na Europa.
(Com Reuters e Valor)
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