Fávaro apoia boicote ao Carrefour e vê embargo como 'desproporcional'
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta segunda-feira (25) que a decisão do Carrefour de suspender a compra de carnes de países do Mercosul reflete um "protecionismo desproporcional" da França. Ele também apoia a decisão dos frigoríficos de interromper a venda de produtos para a rede no Brasil.
O que aconteceu
Fávaro defendeu a carne brasileira e criticou o Carrefour. O ministro rebateu nesta manhã a decisão anunciada pelo Carrefour de interromper a venda de carnes do Mercosul em seus estabelecimentos na França. "É uma reação desproporcional", disse Fávaro em entrevista à Globonews.
O Brasil tem uma agricultura de larga escala, de volume, segurança de fornecimento. A reação é desproporcional. Tanto que todos os outros países da comunidade europeia já compreenderam a situação e são favoráveis ao acordo.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura
Ministro rechaça afirmação sobre a qualidade sanitária das carnes nacionais. Fávaro rechaça a declaração de que a interrupção considera a sanidade dos alimentos. "O Brasil tem uma das melhores sanidades de produtos alimentícios do mundo. Não dá nem para comparar com a qualidade francesa", declarou.
Ele defendeu o boicote dos frigoríficos aos supermercados da rede no Brasil. O ministro da Agricultura disse estar feliz com a atitude dos fornecedores de também interromper as vendas aos estabelecimentos da rede em terrotório nacional, que também incluem os supermercados Atacadão e Sam's Club. "É uma questão de soberania nacional", afirma Fávaro.
Se para o povo francês o Carrefour não serve comprar carne brasileira, que o Carrefour também não compre carne brasileira para colocar nas suas gôndolas aqui no Brasil.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura
Acordo entre Mercosul e União Europeia está próximo, diz Fávaro. Para o ministro há um interesse reciproco pela aliança. "Eu acho que eles [empresários franceses] estão sendo desproporcionais neste momento, mas ainda assim há uma boa perspectiva para que se formalize esse acordo no dia 6 de dezembro, na Cúpula do Mercosul", afirmou.
Entenda o caso
Carrefour tenta inviabilizar acordo entre o Mercosul com a União Europeia. Alexandre Bompard, diretor-executivo do Carrefour, defendeu o fim da venda de alimentos do bloco nos estabelecimentos da França em posicionamento direcionado ao presidente da FNSEA (Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França).
Em toda a França, ouvimos o desânimo e a raiva dos agricultores face ao acordo de livre-comércio proposto entre a União Europeia e o Mercosul e o risco de o mercado francês ser inundado com carne que não atende às suas exigências e normas.
Alexandre Bompard, CEO do Carrefour na França
Ministério da Agricultura brasileiro criticou as declarações. Em nota divulgada na semana passada, o Ministério da Agricultura disse lamentar a postura. Segundo a pasta, as questões protecionistas "influenciam negativamente o entendimento de consumidores sem quaisquer critérios técnicos que justifiquem tais declarações".
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