BC sobe taxa básica de juros para 9,5%, na quinta alta seguida
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, subiu a taxa básica de juros (a Selic) em 0,5 ponto percentual, indo de 9% para 9,5% ao ano. É a quinta reunião seguida do Copom em que os juros aumentam. A decisão foi unânime.
LEIA TAMBÉM:
- Brasil volta a ter maior taxa real de juros do mundo
- Entenda como os juros são usados para controlar a inflação
- Prazos e taxas definem se poupança ou fundo é melhor; aprenda a avaliar
- Poupança paga mais que renda fixa com juro básico em 9,5% ao ano
- Com a Selic em 9,5% ao ano, veja como ficam os juros dos empréstimos
"O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano", informou o Copom em comunicado divulgado nesta quarta-feira (9), repetindo a nota divulgada nas três reuniões anteriores.
Com essa decisão, a poupança continua rendendo como antigamente: 6,17% ao ano mais a TR. No ano passado, com a queda de juros, o governo definiu que a regra de remuneração da poupança muda sempre que os juros básicos da economia estiverem iguais ou inferiores a 8,5% ao ano.
A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação, ou estimular a economia. Analistas já esperavam uma alta da taxa de juros para combater a alta de preços, que tem preocupado o governo. A inflação oficial acelerou para 0,35% em setembro.
Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair, controlando a inflação, em tese. Por outro lado, juros altos seguram a economia e fazem o PIB (Produto Interno Bruto) ficar baixo.
Em 2012, governo impulsionou onda de cortes nos juros
O governo tomou em 2012 medidas para reduzir os juros diretos ao consumidor. A onda de cortes de juros nos bancos começou com os bancos públicos e continuou com os bancos privados.
A preocupação com os juros é que eles dificultam o crescimento da economia. Com juros mais altos, as empresas investem menos, porque fica caro tomar empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus gastos, porque o crediário fica mais caro. Essa situação deixa a economia com menos força.
Por outro lado, com juros mais baixos, há mais consumo e mais risco de inflação, porque as pessoas compram mais e nem sempre a indústria consegue produzir o suficiente. Quando há falta de produtos, a tendência é que eles fiquem mais caros.
A taxa básica de juros orienta o restante da economia, mas há pouco impacto na vida prática de quem precisa usar o cheque especial ou cartão de crédito. Analistas dizem que essas taxas são tão altas que pequenas variações na Selic são incapazes de aliviar ou pesar no bolso no dia a dia.
Antes do início do governo Dilma, a Selic estava em 10,75% ao ano. No primeiro mês dela (janeiro de 2011), subiu para 11,25%. Depois foi caindo. Chegou ao menor nível entre agosto de 2012 e março de 2013, quando ficou em 7,25% ao ano.
Entenda o Copom
O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros, mas a Selic já era usada como indicador desde 1986.
O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central e os diretores de Administração, Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fiscalização, Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural, Política Econômica, Política Monetária, Regulação do Sistema Financeiro, e Relacionamento Institucional e Cidadania.
Entenda as mudanças nas regras da poupança
Pelas novas regras da poupança, adotadas em 2012, sempre que a Selic ficar em 8,5% anuais ou menos, muda o rendimento dos depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.
O rendimento da nova poupança passou a variar conforme a Selic. Com juros baixos, a poupança rende menos porque, pelas novas regras, determinadas em maio de 2012, o rendimento fica menor sempre que a Selic estiver em 8,5% ou menos ao ano.
O governo fez isso para desestimular que grandes investidores migrassem para a poupança, diante da menor rentabilidade de outras aplicações movidas a juros.
A mudança vale para poupanças que já existiam e para as que foram abertas a partir de 4 de maio de 2012. O dinheiro que já estava nas poupanças antigas continua rendendo conforme as regras anteriores.
O que mudou para essas contas antigas foram os novos depósitos. Estes entram na regra nova.
Com os juros em 8,5% ou menos ao ano, a "nova" poupança rende 70% da Selic, mais a TR (Taxa Referencial). Para os depósitos feitos antes de 3 de maio de 2012, nada muda. Nesse caso, o rendimento continua sendo o antigo, de 0,5% ao mês (ou 6,17% ao ano), mais a variação da TR.
Os bancos têm de informar o rendimento da poupança em blocos diferentes no extrato. Um dos blocos informa o rendimento dos depósitos feitos até 3 de maio de 2012. Os outros trazem o rendimento dos depósitos feitos depois de 4 de maio de 2012.
Para calcular quanto vai ganhar, o poupador deve sempre considerar a Selic vigente no dia em que ele efetuou o depósito.
(Com Reuters)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.