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BC dos EUA mantém juros e diz que cenário está melhor para futuro aumento

Do UOL, em São Paulo

21/09/2016 15h02

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, manteve a taxa de juros no país na faixa entre 0,25% e 0,5%. A decisão foi anunciada na tarde desta quarta-feira (21).

Para efeito de comparação, a taxa de referência atual no Brasil, a Selic, é de 14,25% ao ano.

O órgão sinalizou, porém, que deve voltar a subir os juros na próxima reunião, em dezembro.

Na análise do Fed, o mercado de trabalho continua se fortalecendo e a economia acelerou desde o primeiro semestre. Mesmo assim, o banco decidiu não subir os juros "por enquanto", até que haja mais evidências de progresso rumo às metas de emprego e inflação.

Contexto

A presidente do Fed, Janet Yellen, em entrevista após a divulgação da decisão, disse que o crescimento dos EUA deve ser mais forte e que pode ser necessário aumento na taxa de juros para manter a economia longe do superaquecimento e constante a inflação alta.

"Julgamos que o cenário de um aumento reforçou, mas decidimos no momento esperar" disse Yellen. "A economia tem um pouco de mais espaço para crescer."

Yellen disse que esperava um aumento na taxa este ano se o mercado de trabalho continuar melhorando e novos importantes riscos não surgirem.

O Fed informou que a economia nos EUA havia melhorado e que os ganhos no emprego foram "sólidos" nos últimos meses.

O banco central norte-americano tem mantido sua taxa de juros entre 0,25 e 0,50% desde dezembro, quando elevou os custos de empréstimos pela primeira vez em quase uma década.

O Fed tem parecido cada vez mais dividido sobre a urgência de elevar os juros. Nesta quarta-feira, a presidente do Fed de Kansas, Esther George, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, e o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, foram dissidentes, dizendo que preferiam uma alta.

Projeções 

Devido à fraqueza da atividade econômica na primeira metade do ano, a previsão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) caiu de 2% para 1,8%. 

Sobre os juros, o banco projeta alta de 0,5 ponto percentual no ano que vem e de 0,75 ponto percentual em 2018 e 2019. 

Como os juros dos EUA afetam o mundo?

O Fed tem mantido os juros desde dezembro, quando elevou-os pela primeira vez em quase uma década e sinalizou planejar mais quatro aumentos em 2016.

A taxa de juros dos EUA é capaz de modificar as regras do jogo da economia mundial. 

Com a alta dos juros por lá, os investidores podem começar a achar vantajoso aplicar seu dinheiro nos Estados Unidos, que são considerados uma economia forte e estável. Isso causaria a migração de recursos que atualmente estão aplicados nos mercados emergentes, como o Brasil.

Por que os juros estão tão baixos nos EUA?

Com a crise de 2008-2009, os EUA registraram desaceleração da economia, aumento do desemprego, queda da confiança de empresários e do consumo das famílias, com crédito escasso.

O Federal Reserve baixou, então, os juros para tentar estimular investimentos e consumo e movimentar a economia.

Outra medida adotada foi a injeção de dinheiro, comprando títulos públicos (pedaços da dívida estatal, vendidos pelo Tesouro dos EUA) em mãos de investidores e bancos.

Quem decide se os juros ficam iguais ou sobem?

Quem define os juros é o Comitê Federal de Mercado Aberto - equivalente ao Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no Brasil.

Os membros do Fomc se reúnem oito vezes durante o ano para avaliar as condições econômicas e financeiras e definir se a política monetária do país está adequada para esse cenário. 

O comunicado do Fed desta quarta informa que sete membros votaram a favor da manutenção dos juros e três votaram pelo aumento. 

(Com Reuters)

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