Ministério da Agricultura faz intervenção nos escritórios de Paraná e Goiás
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PMDB), anunciou na tarde desta segunda-feira (20) uma intervenção sobre as superintendências regionais do ministério nos Estados do Paraná e Goiás.
"Nós já fizemos a exoneração dos dois superintendentes do Paraná e Goiás e vamos intervir, sim. Eu vou nomear algumas pessoas para esses dois postos que não sejam do dia a dia dessas superintendências, justamente para ter uma pessoa neutra", disse Maggi.
As superintendências regionais ficaram sob suspeita após a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que revelou um esquema de pagamento de propina a fiscais agropecuários para liberar carnes adulteradas sem fiscalização.
Segundo a PF, as empresas teriam usado substâncias para 'mascarar' a aparência de carnes podres, utilizado carne estragada e papelão na composição de salsichas e linguiças, cometido irregularidades na rotulagem e na refrigeração das peças e usado em frangos mais água que o permitido em frangos.
O escândalo envolveu cerca de 30 empresas do setor, incluindo as gigantes JBS, dona da Friboi a da Seara, e a BRF, dona da Sadia e da Perdigão.
Repercussão internacional
Nesta segunda-feira (20), importantes mercados consumidores de carne brasileira decidiram suspender ou elevar as exigências para a importação do produto.
A China, principal destino da carne brasileira, com exportações nacionais de US$ 1,75 bilhão de dólares em 2016, informou suspensão do produto até o Brasil prestar esclarecimentos sobre suposto esquema de fraude.
O país asiático suspendeu o desembaraço dos produtos, ou seja, eles podem ser desembarcados, mas não podem deixar os portos para serem vendidos. Técnicos do Ministério da Agricultura terão uma reunião hoje à noite com autoridades chinesas.
No início da tarde, o ministério da Agricultura do Brasil disse que a União Europeia não tomará nenhuma medida adicional em relação à carne brasileira além da suspensão já tomada pelo Brasil de quatro plantas listadas entre as 21 sob investigação.
Chile, Egito e Rússia também comunicaram possíveis restrições aos produtos brasileiros, e a Coreia do Sul suspendeu importações da BRF, de acordo com o ministro Blairo Maggi.
Diante da repercussão negativa da operação em mercados tão exigentes, representantes da indústria brasileira criticaram a generalização adotada pela PF na divulgação da operação, enquanto as ações das maiores empresas do setor, JBS, BRF, Marfrig e Minerva acumularam perda de perto de R$ 7 bilhões em valor de mercado desde a sexta-feira (17).
A BRF disse que não recebeu nenhuma notificação oficial das autoridades brasileiras ou estrangeiras a respeito da suspensão de suas fábricas por países com os quais mantém relações comerciais. A JBS não se manifestou.
A Marfrig reiterou que não foi alvo da operação e que apenas 3% do faturamento total do grupo são geradas por vendas à China e ao Chile. "Caso a suspensão das exportações para esses mercados continue, a Marfrig tem condições de atendê-los especialmente por meio de suas plantas do Uruguai e Argentina", afirmou a empresa.
Em nota em seu site na sexta-feira, a Peccin disse que repudiava as falsas alegações que culminaram com a prisão preventiva de diretores da empresa.
Questionada sobre potenciais medidas a serem tomadas no Brasil, como ordem de recolhimento de produtos em supermercados, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) disse que estava avaliando informações da operação da PF para determinar que tipo de ação pode ser necessária.
O órgão também disse que está tentando identificar lotes de produtos que eventualmente tenham sido comprometidos.
(Com Reuters)
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