Itaú compra 49% da XP Investimentos, diz jornal; banco não confirma
Do UOL, em São Paulo
11/05/2017 10h41
O banco Itaú Unibanco concluiu nesta quinta-feira (11) a negociação para comprar 49% da XP Investimentos, principal corretora do país, publicou a colunista do jornal "O Estado de S. Paulo" Sonia Racy, sem citar fontes.
Procurado pelo UOL, o Itaú Unibanco informou que não confirma a informação. Na véspera, a XP havia admitido que havia conversas com o Itaú sobre uma possível venda de participação. O banco também havia confirmado a negociação.
A compra pode mudar a imagem de uma corretora que vem ganhando terreno justamente ao vender-se como alternativa aos "bancões", segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Venda de ações na Bolsa
Horas depois de admitir negociações com o Itaú, a XP Investimentos pediu registro para vender ações na Bovespa (oferta inicial de ações, IPO, na sigla em inglês) na quarta-feira.
A operação envolverá a venda de um lote primário (ações novas) e secundário (papéis detidos por atuais sócios) e terá a coordenação de JP Morgan, Itaú BBA, Morgan Stanely, BTG Pactual, XP Investimentos, Bank of America Merrill Lynch, Bradesco BBI, Goldman Sachs e J. Safra.
Compra de corretoras menores
Criada em 2001, a XP tem crescido nos últimos anos apoiada numa agressiva campanha de compras, especialmente de corretoras menores não ligadas a grandes bancos. Entre as compras mais recentes estão Clear e Rico.
Esse processo teve recursos de investidores institucionais, que vêm ampliando participação na XP desde 2010. No ano passado, o fundo norte-americano de private equity General Atlantic comprou a fatia do fundo inglês Actis na XP e ampliou sua fatia no negócio para 49% do capital, numa operação que na época avaliou a XP em R$ 3 bilhões.
Apenas nove executivos da companhia detêm 100% das ações com direito a voto da XP Controle, holding controladora. Esse grupo de acionistas é capitaneado por Guilherme Benchimol, fundador e presidente da empresa.
Lucro subiu 85%
A XP afirmava gerir R$ 68,8 bilhões no fim de março, e ter cerca de 2% do mercado de investimentos pessoa física no país.
No fim do primeiro trimestre, a companhia tinha cerca de 1.970 agentes autônomos distribuídos em mais de 550 escritórios e 132 cidades do país, assessorando 168 mil clientes.
A corretora diz ter escritórios em Miami, Nova York e Genebra, de onde atende clientes de alta renda e clientes institucionais que investem no Brasil e na América Latina. A empresa tinha 829 funcionários no fim de março.
A receita líquida da companhia em 2016 somou R$ 1,259 bilhão, montante 90,5% maior do que no ano anterior. O lucro líquido ajustado de R$ 251 milhões significou um aumento de 84,6% ano a ano. De janeiro a março deste ano, a receita líquida cresceu 63% enquanto o lucro deu um salto de 169%, ambos na comparação anual.
(Com Reuters e Folha de S.Paulo)