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Greve nos Correios chega a SP e RJ; paralisação atinge os 26 Estados e o DF

Rivaldo Gomes/Folha Imagem
Imagem: Rivaldo Gomes/Folha Imagem

Do UOL, em São Paulo

27/09/2017 12h32Atualizada em 27/09/2017 13h13

Funcionários dos Correios do Rio de Janeiro, da região metropolitana de São Paulo, do Tocantins e do Maranhão decidiram entrar em greve, após assembleia na noite de terça-feira (26). Com isso, a greve agora atinge todos os 26 Estados do país, mais o Distrito Federal.

Os sindicatos que representam os trabalhadores dessas regiões ainda não tinham decretado a greve, porque são ligados à Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios), uma das duas que representam funcionários dos Correios.

Os sindicatos das outras regiões, ligados à Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), já estavam em greve, que atinge grande parte do Brasil desde a semana passada.

Com isso, a greve foi aprovada por quase todos os sindicatos de trabalhadores dos Correios do Brasil, segundo as duas federações. Apenas a região de Bauru, cujo sindicato é ligado à Findect, não aceitou a paralisação.

Entidades querem reajuste e são contra privatização

Entre as reivindicações, a Fentect pede reajuste salarial de 8% e aumento de outros benefícios. "Além de adiar a negociação por três vezes e jogar vários temas para depois do combinado, a empresa segue retirando cláusulas e sugerindo alterações que ferem apenas os direitos dos trabalhadores", informa nota da entidade.

Por isso, ela decidiu encerrar as negociações na semana passada, orientando pela paralisação.

A Findect, por outro lado, manteve negociações até o início desta semana, por isso entrou em greve depois. Ela afirma que a proposta apresentada pelos Correios prevê reajuste salarial de 3% só em janeiro do ano que vem, ponto "que impossibilita o fechamento de um acordo", segundo a entidade.

Os sindicatos querem que o reajuste seja retroativo à data-base da categoria, que é 1º de agosto. As federações também são contra a privatização dos Correios.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que uma oferta inicial de ações na Bolsa pode ser uma boa alternativa para os Correios, como um passo anterior à privatização total.

Serviços afetados

O UOL entrou em contato com os Correios nesta quarta-feira, mas a empresa não se manifestou até a publicação desta reportagem.

De acordo com o último balanço, divulgado pelos Correios na véspera, 9,41% dos funcionários não tinham ido trabalhar na terça-feira (26), antes, portanto, da decretação da greve pelos sindicatos do Rio de Janeiro, da região metropolitana de São Paulo, do Tocantins e do Maranhão

Na nota, os Correios afirmaram que os serviços com hora marcada (Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje, Disque Coleta e Logística Reversa Domiciliária) estavam com postagens suspensas para: Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Sul e algumas cidades do interior de São Paulo.

"O volume dos serviços com hora marcada postado para esses destinos representa apenas 0,5% de todas as encomendas entregues pelos Correios e a suspensão foi realizada com o intuito de redirecionar os recursos para os demais serviços, que são os mais utilizados pelos clientes", disse a empresa, na nota.

Os Correios afirmaram, ainda, que sua rede de atendimento estava aberta em todo o país e que os demais serviços, inclusive o Sedex e o PAC, continuavam "sendo postados e entregues em todos os municípios do país, sem exceções".

Na segunda-feira (25), o TST (Tribunal Superior do Trabalho) concedeu liminar determinando que os sindicatos garantam no mínimo 80% dos trabalhadores em cada unidade dos Correios, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia se isso for descumprido.

Entidades de defesa do direito do consumidor alertam que, mesmo com a greve, os clientes devem pagar em dia contas que chegarem atrasadas, para evitar multas.