Maia tenta acordo com a oposição e 'caça' deputados para votar a reforma
Hanrrikson de Andrade
Do UOL, em Brasília
09/07/2019 12h15Atualizada em 09/07/2019 13h58
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), lidera hoje duas missões fundamentais para conseguir a aprovação rápida da reforma da previdência no plenário da Casa. Maia tenta garantir O quórum para votar e construir um acordo entre a maioria e a oposição para impedir estratégias regimentais de obstrução, como os requerimentos de adiamento de sessão.
A expectativa do governo é que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma da Previdência seja apreciada até sábado (13). São necessários 308 votos em dois turnos de votação. A fim de ter margem confortável, o presidente da Câmara espera angariar, no mínimo, de "350 a 360" votos.
"Agora cada hora é decisiva", disse ele ao chegar à Casa, nesta manhã. Maia quer acelerar a votação para que a tramitação na Câmara seja encerrada antes do recesso, que começa em 18 de julho.
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Quantidade de deputados presentes
O presidente da Casa disse estar preocupado com o quórum na tarde de hoje. Ele afirmou que irá monitorar a presença dos parlamentares até as 15h para decidir quando iniciará a análise da reforma. "Temos que cuidar disso com muita atenção para não desorganizar a votação", disse. "Aparece um problema, resolve um problema. Aparece outro, resolve outro."
Maia destacou a importância de se ter um quórum de 490 deputados para que se coloque a reforma em votação. "[A meta é] Chegar a 490 [presenças de deputados] para poder votar. Nosso problema é só quórum, chegando quórum a gente está pronto para votar a qualquer hora", disse.
O presidente da Câmara já comentou anteriormente sobre a necessidade deste quórum qualificado para colocar a reforma em votação. Ontem, disse em seu podcast esperar uma presença de mais de 490 deputados, dos 513, para não se correr riscos na hora da deliberação.
Acordo com a oposição
Maia participou de uma reunião com líderes partidários mais cedo. Para que a tramitação seja concluída em tempo hábil, sugeriu aos colegas da oposição substituir as tentativas de obstrução por uma longa sessão de debate. Dessa forma, cada deputado poderia ir à tribuna do plenário para se manifestar.
Inicialmente, em perspectiva definida por ele como "otimista", Maia propôs cinco horas de debate na sessão de hoje, a partir das 15h, e análise de requerimentos e outros pleitos regimentais no final do dia.
Dessa forma, seria possível iniciar a votação do texto-base da reforma na madrugada de quarta, segundo avaliação da Mesa Diretora da Casa. Os destaques ficariam para o dia seguinte.
Em vez de uma sessão de obstrução, [proponho] uma sessão de debate. Dá no mesmo. A gente troca a obstrução pelo debate
Rodrigo Maia, presidente da Câmara
A oposição concordou com o prolongamento do debate, mas bateu o pé em relação à possibilidade de obstrução. A reunião de líderes foi interrompida por volta de 11h30 sem que um acordo fosse fechado.
'Nosso general'
Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro destacou o papel de Maia na defesa da reforma. Bolsonaro afirmou que o presidente da Câmara é "nosso general" para a aprovação do projeto.
"Segundo informações de vocês mesmo [da imprensa], Rodrigo Maia é o nosso general dentro da Câmara agora para aprovar, com toda certeza, antes do recesso, nos dois turnos, essa nova Previdência", disse.
(Com Estadão Conteúdo)