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Maia critica pressão para favorecer policial: "55 anos é uma boa idade"

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na comissão especial da reforma da Previdência - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na comissão especial da reforma da Previdência Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Lucas Borges Teixeira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/07/2019 19h30

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou hoje a tentativa do presidente Jair Bolsonaro e de alguns parlamentares de tentar suavizar as regras para a aposentadoria de policiais na reforma da Previdência. Maia disse que todos devem contribuir, inclusive os policiais, e que a idade mínima de 55 anos para a aposentadoria é "uma boa idade".

Se o brasileiro mais simples pode contribuir, a polícia também pode. Cinquenta e cinco anos é uma boa idade, pelo amor de Deus.
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados

Os 55 anos são uma referência à idade mínima proposta para os policiais na reforma, inferior à dos trabalhadores da iniciativa privada, que só poderão se aposentar a partir dos 62 (mulheres) e 65 anos (homens).

Sinalização ruim

Maia também afirmou que retirar os policiais da reforma seria uma "sinalização muito ruim" para a sociedade. Em evento voltado ao mercado financeiro, em São Paulo, o deputado afirmou que Jair Bolsonaro tem de lembrar que é "presidente de todos os brasileiros".

"Vai ser uma sinalização muito ruim do Parlamento e do próprio governo excluir alguma parte da sociedade do esforço [da reforma]", afirmou.

Em debate com Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado, e com o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), Maia reforçou que a reforma deverá ser votada na próxima semana.

Bolsonaro deve ser "presidente de todos os brasileiros"

O presidente da Câmara disse entender que Bolsonaro tenha pensado nos policiais, visto que sua base eleitoral sempre foi ligada às forças de segurança pública, mas afirmou que, como presidente, ele deve pensar no país como um todo.

"O presidente representa os policiais desde o primeiro mandato, é normal e legítimo que ele sofra maior pressão. Cabe a cada um de nós, brasileiros, pedir que ele compreenda [a necessidade da inclusão dos policiais na reforma]", afirmou. "Ele é presidente de todos os brasileiros, e não apenas dos policiais."

O presidente da Câmara disse ainda que Bolsonaro tem mudado de ideia quanto à reforma e que espera que ele continue comprometido com a proposta. "A gente sabe que o presidente era contra a reforma da Previdência, sempre votou contra", declarou.

Estados e municípios podem ficar de fora

Maia mostrou descrença em relação à inclusão dos estados e municípios na reforma. "Enquanto todos os governadores não se postarem publicamente junto a seus deputados a favor da reforma, será difícil incluí-los", afirmou. "Eu tentei até o último dia, mas não sou otimista."

"Minha impressão é que alguns governadores, pelo fato de a reforma ter sido assinada pelo governo Bolsonaro, preferiram não se comprometer", avaliou. "Foi uma decisão política deles."

Já Bezerra afirmou que, no Senado, espera-se que estados e municípios entrem na proposta. "Agora que estamos com a reforma ideal, adequada, como vamos permitir ter 27 regimes previdenciários distintos?", questionou. "O sentimento do Senado é de inclusão."

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