Itamaraty minimiza atrito com Argentina no Mercosul: 'Sentar e conversar'
O Ministério das Relações Exteriores minimizou hoje o atrito do Brasil com a Argentina perante o futuro do Mercosul (Mercado Comum do Sul) após sinalizações do futuro governo do país vizinho de que poderá questionar o comércio bilateral com o Brasil e a extensão do acordo fechado entre o bloco e a União Europeia.
O secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, afirmou ser preciso aguardar a definição das novas autoridades argentinas e sentar-se com as respectivas contrapartes.
"Como em qualquer país, as novas autoridades vão precisar tomar pé das negociações externas. Prefiro trabalhar com fatos. Vou esperar para conversar com as pessoas. Fala-se o que se quiser falar, mas trabalha-se com a realidade", disse.
O candidato peronista Alberto Fernández venceu as eleições presidenciais na Argentina, sucedendo Mauricio Macri, que tentou se reeleger, sem sucesso. Ele está com a posse marcada para 10 de dezembro.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apoiou Macri abertamente e já fez críticas reiteradas a Fernández, especialmente quando este defendeu a liberdade do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro não irá à posse. O mais importante representante do governo brasileiro na posse será o ministro da Cidadania, Osmar Terra.
A próxima cúpula do Mercosul acontecerá na quarta (4) e quinta (5) da semana que vem em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Confirmaram presença, ainda como presidente argentino, Macri, o presidente do Paraguai, Mario Abdo, e a vice-presidente do Uruguai, Lucía Topolansky, além do ministro das Relações Exteriores do Chile, Teodoro Ribera, e da Guiana, Carl Greenidge.
Alberto Fernández e o presidente eleito do Uruguai, Lacalle Pou, não foram convidados, informou o Itamaraty. O convite cabe aos atuais presidentes de seus países.
A Bolívia, que vive crise política após a saída de Evo Morales da Presidência, enviará representantes. Todos os países sul-americanos associados ao bloco foram convidados, com exceção da Venezuela. Nem Juan Guaidó, reconhecido pelo Brasil como presidente autodeclarado do país, foi convidado.
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