Fábrica da JBS em Passo Fundo tem surto de coronavírus; MPT investiga
Um frigorífico da JBS em Passo Fundo (RS), a cerca de 280 km de Porto Alegre, registrou um surto de coronavírus entre os funcionários. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Em nota, a JBS disse que está no rol de empresas consideradas essenciais e que tem tomado todas as medidas necessárias para garantir a segurança e a prevenção dos colaboradores (leia mais abaixo).
O MPT confirmou que 19 funcionários da empresa na cidade gaúcha tiveram diagnóstico positivo para coronavírus e outros 15 são considerados suspeitos. Além disso, dois familiares de colaboradores morreram pela doença.
Desde a última segunda-feira (20), a fábrica está sob inspeção do ministério, que analisa se as regras sanitárias foram atendidas para evitar a propagação da covid-19 entre os trabalhadores.
O caso veio à tona hoje após o governador Eduardo Leite e a secretária estadual de saúde, Arita Bergmann, comentarem em uma live que uma empresa da cidade havia registrado um surto da covid-19.
Sem divulgar o nome da indústria, o chefe do Executivo estadual afirmou que o caso está sendo investigado para que "se apure exatamente a extensão desse contágio". Já Anita disse que "não é a primeira região em que acontecem surtos de origem, de dentro de um empreendimento".
No Rio Grande do Sul, Passo Fundo é a segunda cidade com maior número de casos de coronavírus. Até a noite de hoje, foram contabilizados 73 casos oficiais e seis mortes. O município fica atrás apenas de Porto Alegre, com 413 casos oficiais e dez óbitos.
"Passo Fundo, embora não seja a segunda maior cidade do Rio Grande do Sul, ela é a segunda em número de casos. (...) As particularidades desta região de Passo Fundo reforçam a necessidade de nós agirmos de acordo com as características da região que lá se observam e de acordo com a capacidade hospitalar local", disse o governador na live de hoje.
Conselho de Saúde pede interdição do frigorífico
O MPT ingressou com uma ação civil pública que pede o afastamento de todos os trabalhadores por 14 dias, sem prejuízo na remuneração.
O Conselho Municipal de Saúde pediu ao prefeito a interdição da planta da JBS na cidade. "A cidade precisa agir mais energicamente", disse o órgão em nota.
"A situação de contaminação da JBS torna insustentável a continuidade das atividades dela. Até o dia 18/04 a unidade tinha sete casos confirmados de covid-19, sendo que um encontra-se em estado gravíssimo. Além disso, possuía 78 empregados afastados por sintomas gripais, sendo que, dentre os trabalhadores afastados, seis pessoas trabalhavam na mesma linha de produção do 2º caso confirmado, cujo trabalhador se encontra na UTI do HSVP (Hospital São Vicente de Paulo) desde o dia 04/04. Certamente esses números são maiores nesse momento", disse o conselho.
"Essas informações demonstram a urgência de uma ação por parte do poder público municipal, que não há outra possível senão a interdição da empresa até que sejam tomadas medidas de contenção da contaminação da covid-19 nela, tendo como referência o que propõe o MPT", complementou o órgão.
JBS nega irregularidades
Em nota, a JBS informou que segue uma série de medidas preventivas e, por telefone, o assessor da empresa negou irregularidades.
"A JBS está entre as empresas que atuam em atividades essenciais com a produção de alimentos. Desde o início do avanço da covid-19 no Brasil, a empresa tem tomado todas as medidas para garantir a máxima segurança e prevenção de seus colaboradores", disse a empresa.
"As ações seguem as determinações dos órgãos de saúde, como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Ministério da Saúde, e da Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia, além de seguirem as orientações de consultoria clínica de médicos especializados contratados pela empresa para adoção das melhores práticas."
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