Milhares protestam na França após Renault anunciar demissão de empregados
Enquanto a França dá os primeiros passos para relançar sua economia, milhares de franceses protestaram na manhã deste sábado (30) em frente a uma fábrica da Renault na cidade de Maubeuge, norte do país. A manifestação pede a intervenção do governo francês para evitar a demissão de 4,6 mil empregados, parte do plano da empresa automobilística anunciado na sexta-feira.
"Nos disseram que éramos a melhor fábrica da Europa, que não tínhamos porque ter medo, e hoje nos dizem que vão fechar e mandar a produção para Douai? Não podemos deixar isso acontecer", afirma Jean-Marc Pelleriaux, 61 anos, funcionário da empresa.
A fábrica de Maubeuge tem 2.100 empregados e está parada desde sexta-feira, a montadora pretende transferir a produção dos carros elétricos Kangoo para outra unidade francesa. A redução da usina deve levar à demissão de funcionários da Renault, e também afetar os negócios de cerca de mil prestadores de serviço que trabalham para a empresa na região.
A reestruturação faz parte do plano de economia feito pela montadora que prevê reduzir em cerca de 20% sua produção mundial até 2024. Para se adaptar a essa queda prevista, o grupo pretende fechar 15 mil vagas de trabalho em todo o mundo, 4,6 mil delas na França.
Governo Macron anunciou pacote de ajuda às montadoras
A manifestação deste sábado reuniu milhares de trabalhadores, e colocou lado a lado políticos da região ligados tanto a partidos de direita (Republicanos) quanto de esquerda (Comunistas).
Os franceses questionam o anúncio de demissão em massa poucos dias após o governo de Emmanuel Macron lançar um pacote pós-Covid de ajuda às empresas automobilísticas no valor de 8 bilhões de euros.
A Renault-Nissan poderá se beneficiar de um empréstimo de 5 bilhões de euros garantidos pelo estado francês, de acordo com o jornal Le Monde.
O setor teve uma queda de 89% em suas vendas durante o mês de abril, quando a França estava em confinamento.
Na próxima terça-feira, sentarão à mesa em uma reunião no ministério da economia os representantes sindicais, o ministro Bruno Le Maire e o chefe do grupo Renault-Nissa, Jean-Dominique Senard.
(Com AFP)
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