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Embratur: custo da passagem aérea voltará à normalidade apenas em 2023

O presidente da Embratur, Gilson Machado Neto - José Cruz/Agência Brasil
O presidente da Embratur, Gilson Machado Neto Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Colaboração para o UOL

11/08/2020 22h59

O presidente da Embratur, Gilson Machado, analisou os efeitos da pandemia do coronavírus no setor turístico e afirmou que o custo da passagem do setor aéreo voltará à normalidade apenas em 2023. Segundo o presidente, a demanda caiu para apenas 8% do fluxo normal de voos no início da pandemia, mas agora já apresenta sinais de melhora.

"Notamos uma recuperação média da malha aérea, cerca de 45% da frequência dos voos que tínhamos anteriormente, mas acho que é o setor que mais vai demorar a se reerguer. O custo da passagem infelizmente, em todas as pesquisas mundiais, vai voltar à normalidade apenas em 2023, com relação à normalidade de 2019. Por isso estamos estimulando o turismo interno e de curta e média distância", disse, em entrevista à Rádio Jovem Pan.

Gilson afirmou que há uma necessidade de modernizar o setor hoteleiro, porém é necessário resolver primeiramente o problema das companhias aéreas no Brasil.

"Não adianta fomentar a hotelaria se não tiver o turista para ocupar o hotel. Temos hoje uma cadeia hoteleira nacional com apenas 45% de ocupação, em um período normal, com exceção de algumas cidades turísticas. Infelizmente é caro viajar no Brasil", explicou.

E acrescentou: "temos que estimular as companhias aéreas para que, com a medida gradual do fluxo, possamos ocupar uma cadeia hoteleira que precisa, sim, ser melhorada, mas que hoje está subutilizada. A maior forma de recuperar economicamente o país, além do agronegócio, é com o turismo, porque a cadeia hoteleira está pronta".

Brasil é "pior ambiente de negócios"

O presidente da Embratur pontuou que atualmente o país é "o pior ambiente de negócios no mundo" para uma companhia aérea.

"O Brasil abriu para 100% de capital estrangeiro para adquirir uma companhia aérea no ano passado, mas nenhuma companhia quis. Temos o maior custo de combustível de avião e o maior índice de judicialização de companhias aéreas no mundo, 92% das ações contra as companhias aéreas no mundo ocorrem no nosso país. Temos que destravar o setor aéreo para poder criar um estímulo para o brasileiro", finalizou.