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Salim Mattar e Paulo Uebel pedem demissão; Paulo Guedes fala em 'debandada'

Do UOL, em São Paulo

11/08/2020 19h40Atualizada em 11/08/2020 22h51

A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, sofreu mais duas baixas nesta terça-feira (11). O secretário especial de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, pediu demissão do cargo. Paulo Uebel, secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, também deixou a pasta. "Hoje houve uma debandada", disse Guedes.

Segundo o ministro, Mattar estava insatisfeito com o ritmo das privatizações no país e Uebel reclamou da falta de andamento da reforma administrativa, que trata dos servidores públicos.

Em julho, deixaram o governo o então secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, e o diretor de programas da Secretaria Especial de Fazenda, Caio Megale. O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, também pediu demissão. Antes disso, o então secretário especial de Comércio Exterior, Marcos Troyjo, havia saído do cargo para assumir, em maio, a presidência do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos Brics.

Secretários estavam insatisfeitos, diz Guedes

"O Salim Mattar pediu demissão hoje. Isso, na verdade, é um sinal de insatisfação com o ritmo de privatizações. Mas vocês têm que perguntar para o Salim quem é que está impedindo as privatizações. O que ele me disse é que é muito difícil privatizar, o Estado não deixa privatizar, é muito emperrado", disse o ministro, após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O ministro foi irônico ao comentar a postura dos assessores e afirmou que a reação do governo será agir para acelerar reformas e atrair investimentos.

"O que ele me disse é que é muito difícil privatizar, que o establishment não deixa", afirmou Guedes ao relatar a justificativa de Salim Mattar para deixar o cargo. "O que eu disse para ele é que para privatizar cada um tem que lutar, não adianta ficar esperando Papai do Céu."

"A nossa reação à debandada que aconteceu hoje é acelerar as reformas. Nós vamos privatizar, nós vamos insistir nesse caminho, nós vamos lutar, nós vamos destravar os investimentos", disse Guedes. Sobre privatizações, ele citou como prioridades Eletrobras, Correios, PPSA (Pré-Sal Petróleo) e Docas de Santos.

(Com Reuters)