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Audiência de streaming dispara em 2020; para especialista, "é o futuro"

Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/10/2020 17h50

O consumo de streaming decolou no Brasil. Desde junho deste ano, a audiência de quem consome conteúdo em plataformas online nas televisões superou o da TV paga. Ou seja, sites e aplicativos como Netflix, Globoplay, Amazon Prime e YouTube estão à frente dos tradicionais canais a cabo, que existem no país há mais de 30 anos.

Com isso, empresas têm buscado novas opções para anunciar nos serviços de streaming —a Netflix, por exemplo, não aceita comerciais entre seus programas. O YouTube, que agora também faz sucesso nas TVs, possui anúncios antes e durante os vídeos.

Com a participação de Jeffrey Cole, diretor do Center for The Digital Future, da escola de comunicação norte-americana USC Annenberg, o assunto foi o tema do debate do quarto dia do IAB Next, evento online realizado pelo IAB Brasil.

O IAB é uma entidade que reúne as principais empresas do mercado digital do país, entre veículos, agências, anunciantes e empresas de tecnologia. O UOL é o parceiro oficial de mídia do evento.

Jeffrey destacou que a pandemia teve grande impacto no crescimento desta audiência —mas só reforçou uma tendência que estava se aproximando.

"Lembraremos de 2020 por muitas razões. A pandemia mudará a forma de fazer televisão e o futuro é, sim, o streaming", disse. Cole declarou que as plataformas, atualmente, possuem as maiores estrelas e o melhor roteiros —e que isso vai afetar diretamente os cinemas.

"Ano mais importante da história da TV"

"A linha entre TV e cinema está sumindo. O 'negócio' do cinema está desaparecendo. Na pandemia, vimos as produtoras sofrerem com 3 tipos de filmes: os que já haviam sido lançados, os que tinham sido lançados, mas não fariam sucesso e os que deveriam ser lançados e não foram", afirmou.

Por outro lado, Jeffrey reforça que a crise do coronavírus também mexeu muito com os canais abertos. "O que nos surpreendeu foi a audiência da TV tradicional subir quase a mesma coisa do que a do streaming. Foi o ano mais importante da história deste tipo de entretenimento", disse.

Além disso, as televisões foram extremamente relevantes para que a população se informasse sobre as notícias sobre a covid-19.

"As pessoas retornaram à televisão, e não aos jornais, para conseguir informações confiáveis, para conferir se os fatos são verdadeiros. Antigamente, podíamos confiar em tudo o que nosso presidente dizia. Agora, não podemos confiar em nada do que ele diz", declarou o executivo norte-americano.