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Parque do Ibirapuera pretende se transformar em "laboratório" para marcas

Amanda Perobelli
Imagem: Amanda Perobelli

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/10/2020 04h01

O Parque do Ibirapuera, um dos principais cartões postais de São Paulo, quer se tornar um laboratório das marcas —com iniciativas que estejam quase sempre ligadas às questões ambientais, como reciclagem, logística reversa e sustentabilidade. Com ações aliadas à tecnologia, a ideia é que o espaço se torne o 1º "parque inteligente" do país.

Este é o plano da Urbia, sociedade de propósito específico da construtora Construcap, que assumiu a gestão do espaço na semana passada. Para alcançar este objetivo, a empresa, que é responsável pela captação de patrocínios para o parque, está em fase final de negociação com companhias de diversos setores.

As marcas poderão realizar ações específicas no parque e adotar financeiramente os equipamentos que já existem no espaço.

Já estão em fase final de negociações acordos com 4 empresas: de tecnologia, de alimentos e bebidas, de bens de consumo e de logística de entregas. Segundo a Urbia, os nomes ainda não podem ser revelados —as parcerias serão anunciadas nos próximos meses.

"Nosso objetivo é facilitar a vida da população, resolver as dores desse consumidor que usa o parque e gostaria de passar o dia todo nele. Estamos trabalhando com o conceito de transformar o Ibirapuera num "smart place". Daqui a 3 anos, queremos que ele seja um dos principais do mundo neste conceito, de locais inteligentes", afirma Samuel Lloyd, diretor comercial da Urbia.

Pista de corrida sem gadget

Como exemplo do que vem sendo feito, o executivo conta que a pista central de corrida do parque, que tem cerca de 3 quilômetros, passará a fornecer dados de desempenho esportivo aos praticantes.

"O percurso será mapeado e, mesmo sem gadgets, como smartphones ou smartwatches, as pessoas terão acesso aos seus treinos. Para isso, vai bastar que os usuários se cadastrem num totem. Vamos aproveitar tecnologia em benefício do usuário", afirma.

"Não queremos transformar o parque em um centro comercial. Não teremos um restaurante de fast-food —mas porque não podemos abrir um de gastronomia japonesa, que tem a ver com a cidade? Nosso objetivo é fortalecer a vocação cultural do parque, além de sua atuação esportiva. Todas as negociações passam por uma curadoria e por um crivo extremamente apurado. É um legado para a sociedade", declara.

Ainda segundo o executivo, não há o plano de venda do "nome" do próprio parque, conhecido como "naming rights" —ou de negociação de renomeação de espaços e portões de acesso ao local.

No digital, a ideia é promover um diálogo com o público

marca - Reprodução - Reprodução
Ibirapuera agora tem perfis próprios nas redes sociais
Imagem: Reprodução

O Ibirapuera também está de cara nova no mundo digital.

O local agora tem uma nova marca, além de ter perfis oficiais em redes sociais, como o Facebook e o Instagram.

A ideia é abrir um canal direto com a população —um novo site entrará no ar em breve. O atual endereço conta a história do parque e explica como foi o processo de concessão, que durará 35 anos.

A Urbia também pretende criar um ingresso único, que permitirá o acesso a todos os equipamentos culturais do parque, como a Oca, o Auditório, o planetário e o Pavilhão das Culturas Brasileiras.

A ideia da empresa é que o planetário atinja 1 milhão de pessoas nos próximos 3 anos, por meio de visitas físicas ou transmissões virtuais. Para isso, a empresa recontratou o físico Fernando Nascimento, ex-diretor do planetário em duas ocasiões, para gerenciar a sua área de ciência e tecnologia.

"Temos que mostrar a força que o parque tem como marca para fora de São Paulo, torná-lo ainda mais um ponto turístico. Vamos ter um novo calendário fortalecido em exposições, shows e eventos. Vamos abrir o palco do Auditório para outros eventos, por exemplo. Nossa ambição é que ela tenha uma programação diária, por exemplo", diz Lloyd.

Segundo o executivo, cerca de 14 milhões de pessoas passam pelo Ibirapuera por ano.