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Arminio Fraga critica intervenção estatal na Petrobras e pede privatizações

Arminio não acredita que o governo Bolsonaro vai avançar nas privatizações - Ana Carolina Negri/Valor
Arminio não acredita que o governo Bolsonaro vai avançar nas privatizações Imagem: Ana Carolina Negri/Valor

Colaboração para o UOL

22/02/2021 08h09

Ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga não gostou da intervenção do governo federal na Petrobras. Atualmente ele é sócio da Gávea Investimentos e acredita que o Brasil precisa fazer mais privatizações.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), indicou o general Joaquim Silva e Luna para a presidência da Petrobras. Arminio explicou que esse tipo de interferência afasta investimentos na empresa e também em outros setores do Brasil.

"A Petrobras é uma empresa. A mão pesada do controlador, como agora, sugere que o mesmo pode ocorrer com outras estatais e também com concessionárias. O Brasil é um país carente de investimentos, que como um todo, investe pouco e há muito tempo. E tanto do ponto de vista do volume de investimento quanto da qualidade do investimento esse tipo de atitude assusta muito", analisou Arminio, em entrevista ao jornal Valor Econômico.

Atualmente a Petrobras é gerida em um modelo híbrido, com poderes para o estado e para o setor privado. Arminio criticou esse tipo de gestão.

"Penso que a nossa experiência recomenda a privatização de todas (estatais). O Estado como empresário tem sempre muitas dificuldades. O modelo híbrido nem resolve as questões públicas, nem se aproveita do que o modelo empresarial tem a oferecer", opinou o ex-presidente do BC.

Bolsonaro foi eleito com promessas de privatizar muitas estatais, mas pouco avançou nesse processo até agora. E Arminio não acredita que isso vá acontecer nos últimos meses do governo.

"Esse governo privatizou zero até agora, zero. Seria delírio de minha parte imaginar que isso fosse acontecer. Mas esses assuntos precisam ser debatidos", pediu Arminio.