Fabio Kadow, da Puma: "Marcas devem, sim, satisfação à sociedade"
Usain Bolt, Neymar, Maísa Oliveira e Bruna Marquezine são alguns dos nomes que têm contrato com a Puma. Como é gerenciar todo este conteúdo para aumentar a conexão entre fãs, torcedores e a marca? Há um medo constante do "cancelamento" das redes sociais?
Para Fabio Kadow, diretor de marketing da Puma, o mais importante é que exista "conexão" entre as celebridades e a marca. O executivo foi o entrevistado do episódio #81 do podcast Mídia e Marketing - o vídeo da entrevista pode ser visto, na íntegra, acima.
"O primeiro critério para escolhermos (os criadores de conteúdo) é a verdade. Buscamos pessoas que têm algum relacionamento com a marca. Não podemos tratá-los como anúncios de página dupla, como se fossem comerciais de TV. São mídias, sim, mas são pessoas. É daí que nasce essa verdade, de criação de conteúdo", diz (a partir de 1:02).
Com tantas personalidades no elenco, a marca não tem medo de ser 'cancelada' nas redes sociais? Para Fábio, fazer suas ações com "verdade" com que esse risco diminua.
"Temos que trazê-las para o processo criativo. Tem que existir um casamento, esse alinhamento de ideias entre os criadores de conteúdo e as marcas. As pessoas erram e temos que julgá-los da melhor maneira. Não é um tribunal de inquisição", afirma (a partir de 2:55).
"Faz parte as marcas errarem também. A primeira coisa é assumir o erro e corrigi-lo. E as marcas devem satisfação (à sociedade) sim, porque é dali que vem seu consumidor, é dali que vem o seu negócio", diz (a partir de 5:19).
Drible na Nike?
Fabio ainda conta bastidores de como a marca "roubou" o jogador Neymar da Nike, em setembro de 2020.
"No início, até por já ter trabalhado com o Neymar, achava que não fazia sentido. Mas vimos um interesse muito forte dele também. Foi interessante, porque o contato foi rápido e forte, em termos movimentação, conversa e até o anúncio do acordo. Agora precisamos trabalhar cada vez mais o link entre Neymar e Puma", diz Kadow (a partir de 20:27).
"A Puma tem uma história riquíssima no futebol - ela estava no primeiro título mundial do Brasil, em 1958, por exemplo. A história do futebol está muito próxima da Puma. O Neymar sentiu isso também, de estar com uma marca que tem critério e tem verdade. Ele sentiu essa identificação", afirma (a partir de 21:52).
Recorde de vendas no Palmeiras
Fabio também fala do desafio de conexão com o torcedor de futebol - a Puma veste o Palmeiras desde janeiro de 2019.
"Tomamos medidas muito certeiras, sempre com o apoio da direção do clube. Já no ano de 2019, o Palmeiras atingiu o recorde de vendas (de camisas) da história. Se o clube não comprasse a ideia das coisas que a gente vem fazendo, talvez não desse certo. Isso vai além de colocar o Puma na camisa: temos que criar essa conexão", declara (a partir de 25:05).
O executivo também fala sobre a 'época de ouro no marketing esportivo' no Brasil, com a realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no Brasil.
"Eu imaginava que o mercado ficaria um pouco maior, mas temos frutos importantes em termos de gestão. Muita gente foi buscar especialização, por exemplo. Isso é importante na transformação de todas as modalidades. É nítida a evolução, mas acredito que falta essa questão de ser mais consistente", declara (a partir de 12:18).
O que o entretenimento pode ensinar para o esporte?
Fabio também reforça a ligação entre esporte como entretenimento.
"(Os dois) tendem a se unir, porque a indústria de entretenimento tem muito a ensinar em termos de fidelização, de licenciamento, de conteúdo, como produção literária e de séries, por exemplo, para o esporte. Esse novo consumidor pede isso", afirma (a partir de 15:12).
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