Sem citar Ricardo Salles, Guedes diz que Joaquim Leite veio 'na hora certa'
Sem citar nomes, o ministro da Economia, Paulo Guedes, alfinetou hoje o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, em evento com o atual chefe da pasta, Joaquim Leite.
Guedes elogiou Leite e disse que o ministro está recolocando o Brasil na direção certa na agenda ambiental. "O ministro Joaquim Leite chegou na hora certa e com discurso certo", disse o economista, em painel que faz parte do Estande de Brasília da COP26.
Em outro momento do evento, Guedes afirmou que o governo entrou de cabeça na causa verde após "início hesitante", e defendeu que a vocação da região amazônica seja repensada nesse contexto pelo potencial que ela tem de virar uma "selva do silício".
Para o ministro, se o Brasil der 20 anos de isenção de impostos para empresas como Tesla, Google e Amazon se instalarem na região amazônica, o país pode lançar as bases para o lançamento da capital mundial da bioeconomia.
"É uma pequena visão do que pode ser feito", afirmou ele. Ainda assim, Guedes defendeu que a transição para a economia verde tem de ser gradual e é preciso até um pouco de complacência, porque será dolorosa para alguns setores tradicionais.
"Vai haver sofrimento para quem explora mina de carvão e derruba madeira. Precisamos ter um olhar complacente um pouco para essa transição", disse ele.
De todo modo, Guedes disse que o futuro digital e verde vai trazer "mundos novos em grande velocidade". "Uma empresa de carro elétrico vale mais hoje que a soma das 10 maiores movidas a combustível fóssil", declarou.
Conversa com secretária do Tesouro dos EUA
O ministro da Economia afirmou também que conversou com a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, no encontro do G20, em Roma, e que ela teria perguntado como Washington poderia ajudar o Brasil no assunto da mudança climática.
Da mesma forma, Guedes disse que houve conversas com o secretário-geral da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Mathias Cormann), sobre a agenda verde.
Segundo Guedes, a abordagem preferida dos países desenvolvidos é "punir" por meio de tributação os países por meio do fluxo anual de poluição.
Para o ministro da Economia, contudo, é preciso achar uma maneira de remunerar quem preservou o estoque de riqueza ambiental. Ele repetiu que Brasil, Índia e Indonésia vão presidir o G20 nos próximos anos e, como emergentes, seria bom terem uma agenda comum.
"Brasil, Índia, China, Indonésia, África do Sul e México têm economia maior que os países desenvolvidos. É bom que tenhamos agenda comum. Temos que achar um jeito de remunerar quem preservou esse estoque de riqueza", declarou.
* Com informações da Estadão Conteúdo e da Reuters, em Brasília
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