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Presidente da Petrobras diz que empresa não pode segurar combustíveis

Bolsonaro diz que Petrobras quase faliu nas gestões petistas - Agência Brasil
Bolsonaro diz que Petrobras quase faliu nas gestões petistas Imagem: Agência Brasil

Colaboração para o UOL, em Brasília

03/02/2022 12h35

O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, voltou a afirmar hoje que a estatal não pode segurar preços do petróleo, medida que provocaria dificuldades com a importação do combustível e, consequentemente, levaria a risco de desabastecimento.

"A gente tem visto que isso tem sido entendido, que a Petrobras não pode segurar preços. Trabalha em cima da legalidade, tem de praticar preços de mercados", explicou em entrevista a evento online do banco Credit Suisse.

A empresa importa cerca de 50% do gás que abastece o mercado nacional.

"Esse ano tivemos um problema hídrico, o Brasil teve que acionar as termelétricas e a Petrobras teve que aumentar muito a importação de gás. Passamos de 40 navios para quase 120. É um momento sensível, mas temos esse compromisso com o desinvestimento e abertura do mercado", afirmou Silva e Luna.

A empresa teve lucro de R$ 31,1 bilhões no terceiro trimestre de 2021. Silva e Luna explicou que, com o resultado, a estatal cobriu o prejuízo de R$ 1,5 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior.

Lula: 'Preço não será dolarizado'

Ao comentar os preços de combustíveis praticados pela Petrobras, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que num eventual governo seu, não vai manter o preço da gasolina dolarizado.

"Eu não posso enriquecer o acionista e empobrecer a dona de casa", escreveu em sua conta no Twitter.

PEC dos Combustíveis

As declrações de Silva e Luna e do ex-presidente Lula se dão em meio a um debate sobre a criação da PEC dos Combustíveis.

Na segunda-feira (31), após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a PEC deve focar apenas em óleo diesel.

"Nessa questão do combustível, vim me inteirar do que se tem e está afastada a possibilidade do fundo e na questão da gasolina e do álcool aparentemente também", afirmou.

Medidas sobre o gás devem estudadas posteriormente. "Um ano eleitoral é sempre mais nervoso, mas vamos manter a temperatura baixa discutindo as coisas e conversando", disse o deputado.

O governo desistiu de enviar nesta semana proposta ao Congresso para zerar o imposto que incide sobre o diesel. A proposta é discutida como uma das medidas para conter o aumento dos combustíveis.

"O Parlamento deve apresentar uma proposta permitindo os governos federal e estaduais a diminuir ou até zerar impostos sobre o diesel e o gás de cozinha", disse Bolsonaro. Em 2021, o governo já havia zerado alíquotas de impostos federais para o gás e o PIS/Cofins para o diesel.

Na avaliação do congressista, medidas sobre o imposto deveriam ser revistas para além do congelamento em alta, mas também envolvendo redução de alíquota ou alíquota fixa.

"Eu tenho batido na tecla, de maneira bem transparente, de que o ICMS não inicia os aumentos, mas é muito doloroso para o consumidor a carga tributária do ICMS em cima dos combustíveis, da tarifa de energia e de todos os fatores", disse Lira.