Ricos compram artigos de luxo para tentar preservar patrimônio na Rússia
Com as sanções aplicadas à Rússia após a invasão à Ucrânia fazendo o rublo cair, os ricos do país estão comprando joias e relógios de luxo numa tentativa de preservar o valor de suas economias. As informações são da agência de notícias Bloomberg.
Ouvido pela publicação, o presidente-executivo da joalheria italiana Bulgari, Jean-Christophe Babin, afirmou que as vendas nas lojas russas aumentaram nos últimos dias, depois que nações ocidentais impuseram uma série de restrições econômicas ao país.
"No curto prazo, provavelmente impulsionou os negócios", disse Babin, descrevendo as joias da marca como um "investimento seguro".
"Quanto tempo vai durar é difícil dizer, porque, de fato, com as medidas do sistema Swift totalmente implementadas, pode dificultar, se não tornar impossível."
O Swift (Sociedade de Telecomunicações Financeiras Mundial) é um sistema bancário internacional, criado na Bélgica em 1973, que permite a padronização de informações financeiras e transferências de recursos entre bancos ao redor do mundo. Ontem, a UE (União Europeia) anunciou a exclusão de sete bancos do sistema.
Após a invasão, marcas como Apple, Nike e Ford impossibilitaram a compra e venda de produtos em território russo, mas as maiores marcas de luxo da Europa estão, até o momento, tentando continuar operando no país, diz a Bloomberg.
Além da Bulgari, que faz parte do grupo LVMH, a Cartier também segue vendendo joias e relógios, e os relógios Omega, do Swatch Group, ainda estão disponíveis, assim como os Rolex.
"Estamos lá para o povo russo e não para o mundo político. Operamos em muitos países diferentes que passam por períodos de incerteza e tensões", disse Babin.
Assim como o ouro, que pode servir como reserva de valor e proteção contra a inflação, relógios e joias podem manter ou até aumentar de preço em meio a turbulências econômicas causadas por guerras e conflitos, diz a agência.
Um porta-voz do Swatch Group disse que a empresa está monitorando a situação na Rússia e na Ucrânia muito de perto e se recusou a falar mais à Bloomberg. Porta-vozes da Richemont, Rolex, Hermès, LVMH e Kering SA se recusaram a comentar sobre suas operações na Rússia.
A LVMH disse que está doando 5 milhões de euros (R$ 27,8 milhões) ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha para ajudar as vítimas da guerra. A LVMH também está fornecendo assistência financeira e operacional a seus 150 funcionários na Ucrânia, acrescentou.
Já a Bulgari deve aumentar os preços na Rússia em algum momento, segundo o CEO. "Se o rublo perder metade de seu valor, nossos custos continuam sendo os custos do euro, não podemos perder dinheiro com o que vendemos, então teremos que adaptar os preços", disse ele.
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