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Rússia pode burlar sanções usando criptomoedas, e G7 quer impedir

Bitcoin segue em alta mesmo com novos ataques na Ucrânia - Reprodução
Bitcoin segue em alta mesmo com novos ataques na Ucrânia Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo*

02/03/2022 17h20Atualizada em 02/03/2022 17h20

As potências do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) estudam formas de evitar que pessoas e instituições russas, que foram alvo de sanções pela invasão da Ucrânia, usem bitcoin e outras criptomoedas para burlar os dispositivos de controle, informou nesta quarta-feira (2) o ministro das Finanças da Alemanha, Christian Lindner à AFP.

"Deveremos tomar medidas para impedir que as pessoas e as instituições desta lista usem criptomoedas que não são reguladas. Temos agido neste sentido no âmbito da presidência alemã do G7", informou Lindner em um comunicado.

Nathalie Janson, pesquisadora da Neoma Business School, afirmou à RFI que as moedas criptográficas poderiam de fato representar uma forma de contornar as sanções, substituindo o sistema de interconexão bancária Swift, sigla para Sociedade de Telecomunicações Financeiras Mundial, um sistema bancário internacional que permite a padronização de informações financeiras e transferências de recursos entre bancos ao redor do mundo. Há uma pressão pela exclusão de bancos russos do sistema, uma tentativa de sufocar a economia da Rússia em meio à invasão da Ucrânia. Nesta quarta-feira (2), a UE (União Europeia) anunciou a exclusão de sete bancos russos do Swift.

"O bitcoin substitui, até certo ponto, o sistema Swift. É um sistema de pagamento alternativo. O Swift, por si só, não permite o pagamento, mas emite ordens de pagamento. Assim, uma ordem é emitida e recebida. Mas, na verdade, o bitcoin simplifica este sistema, uma vez que ele apenas permite que duas pessoas que fazem uma transação a finalizem, uma diretamente com a outra", explica.

"Quando se faz transações em bitcoin, embora elas sejam de fato registradas nos chamados livros contábeis abertos, estas transações acontecem entre contas que são identificadas por uma série de letras e números. Portanto, não se sabe exatamente o nome de quem está por trás das contas", diz Janson. "É verdade que, para a Rússia, de qualquer jeito, usar o bitcoin é uma forma de contornar as sanções. Isso é certo", finaliza a pesquisadora.

*Com AFP e RFI