Sindicato: Avibras pede recuperação judicial e demite mais de 400 pessoas
A Avibras Aeroespacial iniciou ontem processo de recuperação judicial. O pedido foi protocolado no fórum de Jacareí, em São Paulo. Em nota, a empresa afirmou estar preservando as atividades essenciais a fim de cumprir os compromissos contratuais assumidos junto aos clientes.
Além das ações de reestruturação organizacional, a fabricante de armamentos e equipamentos de defesa demitiu cerca de 400 funcionários, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. O número não foi confirmado pela companhia.
"É intolerável a atitude da direção da Avibras, que demitiu pais e mães de família de surpresa e de forma desumana. Por isso, nós convocamos todos os trabalhadores, dispensados ou da ativa, a lutar para fazer a reintegração dos demitidos. A empresa está com novos projetos e não tem justificativa para adotar esse posicionamento arbitrário e cruel", afirma Weller Gonçalves, presidente do sindicato.
O endividamento da empresa supera os R$ 395 milhões. "Nos últimos dois anos, a empresa teve seus resultados fortemente impactados pela pandemia da covid-19, sobretudo nos aspectos financeiros, com a postergação de negociações dos contratos de exportação e a consequente redução significativa em suas vendas", disse a empresa em nota.
Durante esse período, a companhia afirma ter atuado para tentar minimizar os impactos da crise sanitária em seus negócios, mantendo a sua estrutura de operações e a preservação dos postos de trabalho.
"Neste momento desafiador, permanecemos empenhados na retomada dos nossos negócios, com foco no desenvolvimento de novos mercados e na sustentabilidade empresarial", afirma a Avibras.
Receita em queda e previsão de retomada
Em 2019, a receita da empresa foi de R$ 920, 86 milhões. No primeiro ano de pandemia, o faturamento foi de R$ 848,16 milhões, queda de 7,9% em relação ano anterior. No ano passado, a receita foi ainda menor, de R$ 223,22 milhões.
Segundo Nelson Marcondes, advogado da empresa, o contato com os credores já está sendo feito. "A empresa tentou segurar o máximo que conseguiu, mas já estamos vendo o mercado se movimentando novamente e a Avibras tem grandes perspectivas de contratos que estão sendo trabalhados", afirma.
Em petição, protocolada na Justiça de São Paulo, a defesa afirma que, no mercado em que a Avibras atua, as demandas, negociações e conclusão de contratos são revestidas de um alto nível de sigilo, uma vez que dizem respeito a questões de segurança nacional e soberania.
"Neste sentido, todas e quaisquer aquisições são tratadas em reuniões ou negociações presenciais (...). Logo, a equipe comercial da Avibras se viu impedida de fazer qualquer contato presencial com seus clientes-base por, pelo menos, um ano e meio, dadas as restrições para a realização de viagens internacionais causadas pelo fechamento das fronteiras", diz a empresa no documento.
A empresa projeta retomada gradual dos negócios em 2022 e no próximo ano.
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