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Quilo do ovo de chocolate é quase 3 vezes mais caro que chocolate em barra

Ovos de Páscoa à venda: quilo em SP está mais caro se comparado à barra de chocolate - Adriano Ishibashi/FramePhoto/Folhapress
Ovos de Páscoa à venda: quilo em SP está mais caro se comparado à barra de chocolate Imagem: Adriano Ishibashi/FramePhoto/Folhapress

Luciana Cavalcante

Colaboração para o UOL

06/04/2022 11h37Atualizada em 06/04/2022 15h05

Uma pesquisa do Procon de São Paulo comprovou o que o consumidor está sentindo na prática na hora de escolher os artigos de chocolate para presentear nessa época do ano. O quilo do ovo de Páscoa está custando quase três vezes mais do que a mesma quantidade de chocolate em barra. Se vier com brinde, a diferença pode ser de cinco vezes mais.

Os dados mostram que o preço médio de um quilo de ovo de Páscoa simples (sem nenhum acessório ou brinquedo) é de R$ 214,96, enquanto os mais sofisticados (com brindes inclusos) chegam a R$ 394,65. Já o quilo dos bombons sai por R$ 124,81 e as barras, por R$ 77,27 o quilo.

O levantamento foi realizado entre os dias 14 e 17 de março, de forma virtual, em nove sites de vendas. Para comparar e fazer a média de preços, os pesquisadores levaram em conta a presença de cada produto em pelo menos três sites. A pesquisa não levou em consideração os valores do frete.

Páscoa quase 33% mais cara

Comparando com a Páscoa do ano passado, a celebração em 2022 ficou um pouco mais amarga. O preço dos ovos de chocolate com brinquedo subiu 32,68% em relação a 2021. O valor médio do quilo foi de R$ 297,44 para R $394,65 este ano.

Já o quilo da versão simples subiu de R$ 184,74, para R$ 214,96, um reajuste de 16,35%. As barras de chocolate custavam em média R$ 64,76 e hoje estão sendo vendidas a R$ 77,27, representando um aumento de 19,22%.

O menor reajuste foi dos bombons de chocolate, com 2,36%, passando de R$ 121,93 para R$ 124,81.

Olho na pesquisa

A diferença de preços de um mesmo produto de Páscoa pode chegar a 224% em São Paulo, segundo o Procon-SP. O diretor executivo do órgão, Guilherme Farid, reforça uma orientação que pode parecer antiga, mas que sempre dá certo: se antecipe, pesquise, compare preços.

"O importante para o consumidor é pesquisar, pois sempre que faz uma compra por impulso, acaba amargando o prejuízo. O mesmo produto, em diversos locais de venda, apresenta uma variação muito grande pela forma como o chocolate se apresenta. Considerando que é simplesmente chocolate, é preciso fazer essa avaliação nesse momento em que estamos atravessando na economia: se faz sentido ainda um presente através de um ovo, tablete ou bombons".

Farid diz que a pesquisa pode e deve ser feita, segundo ele, com a ajuda da tecnologia, já que há várias opções de busca e comparação de preço para a escolha do que se enquadra no seu orçamento.

"Você pode pesquisar no seu bairro, mas deve usar a tecnologia a seu favor. Hoje há várias opções, não só de sites de venda, nos Marketplaces e em buscadores de preços, onde o consumidor digita o nome [do produto] e o buscador retorna com diversos valores das plataformas para fazer a sua escolha", explica.

Mas é preciso ter cuidado com as compras online, já que há o custo do frete e o problema da entrega. Farid conta que o maior índice de reclamações Procon-SP é referente a problemas com esse tipo de serviço.

"São sites que não entregam ou, que a entrega demora. É importante ressaltar isso considerando que a Páscoa tem uma data certa e, por vezes, o presente pode chegar depois do período. Por isso é preciso comprar em locais seguros, conhecidos", alerta.

No site do Procon-SP, há uma lista de vendedores online que devem ser evitados. Você pode conferir aqui.

Novas opções de presentes

Ovo de Páscoa caseiro - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Ovo de Páscoa caseiro pode ser dica para economizar
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Mas se mesmo assim, o consumidor ainda quiser presentear amigos ou familiares com ovos de Páscoa, ele orienta que só desembolssem valores mais altos caso sejam produtos muito específicos.

"Isso vai muito do apelo de consumo dos filhos e familiares ou quem vai ser presenteado. É claro que no final das contas é tudo chocolate, mas alguns tipos específicos não são encontrados em barras ou bombons. Aqueles com três ou quatro camadas diferentes de recheio, por exemplo, tipos com temáticas exclusivas. Aí o consumidor tem que decidir se vale a pena e se pode comprar".

Ele cita ainda mais duas opções para economizar nesta Páscoa: fazer o próprio ovo de Páscoa ou comprar depois da celebração, aproveitando as promoções.

"Aqueles que tiverem talento podem fazer o ovo de chocolate em casa. E ainda, os que conseguirem negociar com os filhos, por exemplo, podem comprar ovos um ou dois dias depois da Páscoa e encontrar boas promoções, até levando dois pelo preço de um".

Para o diretor executivo do Procon-SP, o consumidor deve mudar o comportamento frente ao atual cenário econômico. Dados mais recentes mostram que a inflação acumulada nos últimos 12 meses, até março, é de 10,79%. A taxa de desemprego no Brasil está em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro. E, nos últimos três anos, o brasileiro perdeu 21% do seu poder de compra.

Com isso, muitos terão que optar por presentes que se enquadrem em seu orçamento ou até mesmo optar por não presentear.

"O consumidor vai refletir muito antes de gastar cento e vinte reais em um único ovo, por exemplo, ao invés de um tablete de chocolate de seis reais, que foram os valores médios que encontramos na pesquisa. Se ele estiver aberto a novas opções, vai presentear de forma diversa, presentear mais, com produtos de mesma qualidade, em maior quantidade".