Mais de 1 milhão de famílias estão na fila para receber Auxílio Brasil
Mais de um milhão de famílias estavam na fila de espera para receber o Auxílio Brasil em fevereiro, de acordo com um estudo da CNM (Confederação Nacional de Municípios). O total de 1.050.295 famílias aguardando o benefício é mais que o dobro do registrado em janeiro (434.421).
A fila se refere a famílias que preenchem os requisitos e estavam cadastradas no CadÚnico (Cadastro Único), mas não foram incluídas no programa. De acordo com a entidade, essas famílias correspondem a 2.043.889 de pessoas. O valor mínimo do benefício é de R$ 400 ao mês.
O UOL entrou em contato com o Ministério da Cidadania, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
O governo Jair Bolsonaro (PL) lançou o Auxílio Brasil no final do ano passado, para substituir o Bolsa Família, marca dos governos do PT. O presidente busca, com o programa social, aumentar sua popularidade neste ano eleitoral.
Na ocasião do lançamento, o valor do benefício subiu de R$ 224 para R$ 400. A Medida Provisória que definiu o aumento estabeleceu que ele vale apenas para 2022. Mas durante a tramitação, na semana passada, a Câmara resolveu tornar os R$ 400 permanentes. A medida ainda precisa ser votada no Senado.
Governo diz ter zerado fila em dezembro
O governo Bolsonaro também afirmou ter zerado a fila de espera pelo benefício em dezembro. Em entrevista ao UOL, em janeiro, o então ministro da Cidadania, João Roma, disse que "caso agora em janeiro ou fevereiro novas pessoas se cadastrem e sejam aptas, será concedido o benefício e continuaremos a zerar a fila".
O levantamento da CNM diz que a fila do Auxílio Brasil nunca chegou a ser zerada, mas o estudo não informa os dados de dezembro. Em novembro, havia 3,18 milhões de famílias do então Bolsa Família. Em janeiro, quando o programa já se chamava Auxílio Brasil, houve redução de 86,4% no número de famílias à espera do benefício, para 434,4 mil.
Mas, em fevereiro, a fila saltou 142%, atingindo 1,05 milhão.
O Auxílio Brasil é voltado para famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Em março, o governo reajustou as faixas de rendas que definem essa condição. A da extrema pobreza passou de quem vive com R$ 100 por mês para até R$ 105 por pessoa. A faixa da pobreza subiu de R$ 200 para até R$ 210 por pessoa.
40% das famílias na fila estão no Sudeste
O Sudeste era a região com mais famílias na fila em fevereiro, totalizando 422.005, ou cerca de 40% do total. Veja a quantidade de famílias por região:
- Sudeste: 422.005
- Nordeste: 339.222
- Sul: 130.972
- Norte: 85.395
- Centro-Oeste: 72.701
O estado de São Paulo lidera, com 204.455 no total. Na sequência, aparecem Minas Gerais (103.171), Rio de Janeiro (94.957), Bahia (89.323) e Pernambuco (69.457).
Para o estudo, a CNM usou os dados do Cecad, ferramenta que possibilita a consulta, a seleção e a extração de informações do CadÚnico e permite conhecer as características socioeconômicas das famílias e das pessoas incluídas no cadastro.
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