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BC mantém greve, e servidores criticam 'uso eleitoral' do Pix por Bolsonaro

Os servidores consideram insuficiente a proposta de reajuste de 5% a todos os funcionários públicos federais - Marcello Casal JrAgência Brasil
Os servidores consideram insuficiente a proposta de reajuste de 5% a todos os funcionários públicos federais Imagem: Marcello Casal JrAgência Brasil

Do UOL, em São Paulo

10/05/2022 17h41

Os servidores do Banco Central realizaram uma assembleia virtual no início da tarde de hoje e decidiram, por ampla maioria, dar continuidade à greve por tempo indeterminado.

Segundo o presidente do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), Fábio Faiad, os motivos para o prolongamento da greve foram a não abertura de mesa de negociação e a não apresentação de proposta oficial por parte do governo federal.

O presidente do sindicato ressaltou ainda que as transações via Pix não serão impactadas. "O Pix não vai ser interrompido: é uma criação dos servidores do BC em prol da sociedade brasileira", afirmou.

O Sinal ainda repudiou ainda o que classificou como "uso eleitoral do Pix". O UOL mostrou hoje que o presidente Jair Bolsonaro tem destacado a ferramenta como um dos projetos de seu governo.

"Tal sistema de pagamento instantâneo foi criado e implementado pelos analistas e técnicos do Banco Central do Brasil —ou seja, por servidores concursados de Estado, não pelo atual governante ou por qualquer outro governo", disse.

Os servidores consideram insuficiente a proposta de reajuste de 5% a todos os funcionários públicos federais.

Faiad esclareceu que a greve vai continuar a afetar o boletim Focus, a divulgação da PTAX (taxa de câmbio calculada durante o dia pelo Banco Central), a assinatura de processos de autorização no sistema financeiro e a realização de eventos e reuniões com o sistema financeiro.

Ele também disse que o Sinal não considera que o Comef (Comitê de Estabilidade Financeira) seja uma atividade essencial do Banco Central. "Logo, vamos batalhar para que não haja a realização do Comef (ou, se houver, que seja adiado e com escopo bastante reduzido)".

Por enquanto, não há nenhuma reunião de negociação marcada entre os funcionários do BC e o presidente do Banco, Roberto Campos Neto, ou qualquer representante do governo federal.