Banco Central avalia que há risco de 'desaceleração mais forte' da economia
O BC (Banco Central) avalia que o aperto das condições financeiras observado na economia cria um risco de desaceleração mais intensa da atividade à frente, conforme ata do Copom (Comitê de Política Monetária) publicada hoje.
De acordo com o documento, diante da potencial persistência do processo inflacionário global, a posição mais contracionista da política monetária nos países avançados tem impactado nas condições financeiras dos países emergentes.
"O Comitê ressaltou que o crescimento econômico veio em linha com o que era esperado, mas o aperto das condições financeiras cria um risco de desaceleração mais forte que o antecipado nos trimestres à frente, quando seus impactos tendem a ficar mais evidentes", disse.
Na semana passada, o BC subiu a Selic em 1,0 ponto percentual, a 12,75% ao ano, e disse ser provável uma extensão do ciclo de alta dos juros com um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, em junho, sem especificar se esse seria o último aumento da taxa.
Na ata, a autoridade monetária disse que a sinalização futura da política monetária foi discutida, reforçando que a opção por estender o ciclo com um ajuste menor foi considerada a mais adequada para garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, assim como a ancoragem das expectativas de prazos mais longos.
O BC argumentou ainda que a decisão reflete o aperto monetário já empreendido, reforça a postura de cautela da política monetária e ressalta a incerteza do cenário.
A ata manteve a posição adotada pelo BC na semana passada de não deixar claro se o ajuste na Selic na reunião de junho encerrará o ciclo de aperto monetário para conter a inflação ou se é possível que ocorram novos aumentos à frente.
"O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária", ressaltou.
* Com colaboração de Bernardo Caram, da Reuters, em Brasília
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