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MPT apura se funcionário foi obrigado a provar pizza em visita de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma pizzaria de João Pessoa, na Paraíba, na última semana - Reprodução/Instagram/@nilvanferreira
O presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma pizzaria de João Pessoa, na Paraíba, na última semana Imagem: Reprodução/Instagram/@nilvanferreira

Do UOL, em São Paulo

12/05/2022 17h27Atualizada em 12/05/2022 17h27

O MPT (Ministério Público do Trabalho) abriu ontem um inquérito para apurar se o chefe de cozinha de uma pizzaria em João Pessoa, na Paraíba, teria sido obrigado a comer uma pizza antes de servi-la ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua comitiva durante passagem deles pela cidade. Em contato com o UOL na segunda-feira (9), a pizzaria informou que o ato de provar a comida "é uma prática" deles.

A abertura do inquérito para investigar o possível assédio moral do estabelecimento ocorreu após uma denúncia, realizada em anonimato, que apontou ser "de praxe" ações como essa, bem como demais situações vexatórias e humilhantes com os trabalhadores do local. Informações apontam que a situação a qual o chefe de cozinha teria sido exposto foi uma forma afastar suspeitas de envenenamento do mandatário e sua comitiva.

O MPT deve investigar se a solicitação de fazer o funcionário provar a pizza antes de ela ser consumida seria uma exigência da comitiva de Bolsonaro ao estabelecimento.

Após a abertura da investigação, o chefe de cozinha, o dono da empresa e os identificados em gravações feitas no local, como Nilvan Ferreira (PL), pré-candidato ao governo da Paraíba pelo mesmo partido de Bolsonaro, devem ser ouvidos.

Em publicação no Instagram, Nilvan publicou um vídeo do presidente comendo a pizza no local. "Teve pizza pra encerrar a programação do dia de hoje na nossa Paraíba. Valeu, Presidente! Vamos vencer! #bolsonaro2022 #nilvangovernador2022", escreveu.

De acordo com o MPT, a pizzaria já recebeu a intimação para apresentar documentos e prestar esclarecimentos sobre a situação denunciada. O estabelecimento tem até 30 dias para responder aos órgãos competentes, sendo possível a prorrogação do retorno pelo mesmo período.

Em contato com o UOL na segunda-feira (9), a pizzaria informou que o ato de provar a comida "é uma prática" deles e negou atendimento especial ao presidente.

É uma prática nossa, Restaurantes Formaggio 43, os Chefes das cozinhas provarem tudo que vai para os clientes, como um cuidado extra, para que haja de fato uma experiência gastronômica. Não houve nada específico para o Presidente, Jair Bolsonaro, ele foi atendido como qualquer cliente normal da casa. Restaurante em resposta ao UOL