SP: MTST protesta contra fome na praça de alimentação do shopping Iguatemi
Um grupo de manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) fez um protesto hoje na praça de alimentação do shopping Iguatemi, em São Paulo, contra o aumento da fome no País. Segundo o movimento, o grupo tinha cerca de 100 pessoas, que chegaram ao local no horário do almoço.
Pesquisa divulgada hoje pela Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) mostra que o número de pessoas em insegurança alimentar grave no Brasil — ou seja, passando fome — quase duplicou em menos de dois anos. De acordo com o levantamento, 33,1 milhões de brasileiros se encontram nessa situação, o que equivale a 15,5% da população.
"A fome cresceu 60% desde que Bolsonaro foi eleito, ninguém pode achar normal uma coisa dessas", diz Ediane Maria, coordenadora do MTST, em nota divulgada pelo movimento.
"O governo dele faz os ricos ficarem mais ricos, mas não faz apenas os pobres ficarem mais pobres: nos faz passar fome, e é por isso que estamos aqui", afirmou.
Procurado pelo UOL, o shopping Iguatemi afirmou, por e-mail, que "registrou uma breve manifestação no início da tarde desta quarta-feira" e que "esclarece que a segurança de todos é prioridade e respeita manifestações democráticas e pacíficas."
Governo reduz a praticamente zero programa alimentar
Nesse contexto, reportagem exclusiva do UOL mostrou que o governo federal destruiu e praticamente zerou o orçamento do principal programa de aquisição de alimentos da agricultura familiar.
Intitulada Alimenta Brasil, a ação é voltada para a compra da produção agrícola de famílias e doação de comida para pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional.
Sem recursos, cooperativas encerraram suas atividades e projetos assistenciais reduziram a qualidade da comida oferecida para famílias carentes, crianças em creches e idosos em acolhimento.
No ano passado, o país chegou a apresentar o Alimenta Brasil à Cúpula dos Sistemas Alimentares, da ONU (Organização das Nações Unidas), como "importante estratégia para o combate à fome e à desnutrição".
Apesar do discurso, o governo, na realidade, reduziu os recursos ao longo dos anos. A ação chegou a ter em 2012 a aplicação de R$ 586 milhões do orçamento federal. Em 2021, foram R$ 58,9 milhões e, até maio deste ano, apenas R$ 89 mil.
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