Gusttavo Lima é alvo do Conar, que recomenda suspender propaganda de bebida
O Conar (Conselho de Autorregulamentação Publicitária) recomendou a suspensão de duas peças publicitárias da bebida "Vermelhão", lançada pelo cantor Gusttavo Lima em abril deste ano.
As campanhas foram alvo de duas representações do conselho e foram julgadas na semana passada. A ação "Chama o vermelhão, bebê", inclusive, ocasionou uma advertência aos anunciantes —o cantor e a fabricante Better Drinks.
Como a bebida é enquadrada no anexo A do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, por ter alto teor alcoólico, as propagandas devem seguir algumas regras específicas, principalmente em relação a crianças e adolescentes e consumo responsável.
Os processos foram abertos por causa de denúncias enviadas pelo Ministério Público Federal da Bahia e pela Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas).
Segundo o conselho, as peças não possuíam o aviso de idade mínima para ingestão de bebidas, além de supostamente estimularem o consumo excessivo de álcool.
O cantor e a fabricante Better Drinks enviaram defesas separadas, nas quais reconhecem os problemas apontados pelo Conar, não questionam as queixas e informam que ou suspenderam as campanhas ou alteraram de forma de adequação. Procurados, Gusttavo Lima e a Better Drinks ainda não responderam à reportagem.
O que faz o Conar? O Conar fiscaliza a ética da propaganda no Brasil. Ele tem como principal objetivo evitar a veiculação de anúncios e campanhas de conteúdo enganoso, ofensivo, abusivo ou que desrespeitam a concorrência entre anunciantes.
O Conar pode tirar comerciais do ar? A entidade pode apenas fazer recomendações e não tem poder de polícia: não multa, não pode mandar devolver dinheiro ao consumidor ou mandar trocar mercadorias. O foco é a ética na publicidade. Pretende, com suas decisões, evitar excessos e corrigir deficiências constatadas nas divulgações dos produtos e serviços.
Cantor já foi alvo do Conar antes? Sim. Em 2020, quando as lives de cantores explodiram na internet devido à pandemia, o cantor e a cervejaria Ambev foram punidos pelo conselho por causa das ações publicitárias realizadas nos shows "Live Gusttavo Lima - Buteco em Casa" e "Buteco Bohemia em Casa".
Segundo o órgão, o processo foi aberto a partir de denúncias recebidas de dezenas de consumidores, que consideraram que as ações publicitárias realizadas pela Ambev não contemplavam "cuidados recomendados pelo Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária para a publicidade de bebidas alcoólicas". Na época, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a publicar um post em sua rede social defendendo o cantor.
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