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'Guerra energética' com a Rússia: Europa se prepara para possível escassez

22.ago.22 - A iluminação da fachada da Frauenkirche, Igreja de Nossa Senhora, em Dresden, Alemanha, foi desligada à noite para economizar energia - MATTHIAS RIETSCHEL/REUTERS
22.ago.22 - A iluminação da fachada da Frauenkirche, Igreja de Nossa Senhora, em Dresden, Alemanha, foi desligada à noite para economizar energia Imagem: MATTHIAS RIETSCHEL/REUTERS

Do UOL, em São Paulo*

26/08/2022 11h17

Países europeus elaboram planos para enfrentar uma possível escassez de energia durante o inverno do hemisfério norte, que começa em dezembro. Os 27 Estados-membros da UE (União Europeia) pretendem diminuir a dependência em relação ao petróleo e gás da Rússia, usados pelo presidente russo, Vladimir Putin, como estratégia para ameaçar rivais durante a guerra com a Ucrânia.

A redução no abastecimento e as preocupações com o futuro fizeram com que os preços da energia na Europa disparassem.

Os governos da Alemanha e Espanha, por exemplo, começaram a implantar medidas de economia de energia para combater a possível escassez, com prédios públicos e privados desligando sua iluminação externa à noite.

O primeiro-ministro da República Tcheca, país que atualmente preside a UE, declarou, hoje, que irá convocar uma reunião "urgente" para abordar a crise energética. "Estamos em uma guerra energética com a Rússia e isso prejudica toda a União Europeia", declarou Jozef Síkela no Twitter.

O presidente francês, Emmanuel Macron, por sua vez, afirmou que está confiante no fornecimento de energia para seu país e que a França é menos dependente do gás russo do que outros Estados europeus.

"A cooperação franco-argelina no setor gás não é algo que mude o cenário", acrescentou ele durante uma visita à Argélia, país do norte da África rico em gás.

Suíça teme possível apagão

A Suíça está em estado de atenção. O país produz muita energia durante o verão por meio de hidrelétricas, mas, no inverno, costuma recorrer a importações, que este ano estão comprometidas.

Além da escassez do gás russo, a Suíça é afetada pela interrupção na produção de metade dos reatores nucleares franceses, causada por problemas de corrosão. Para completar, outros lugares que antes forneciam energia para o país alpino agora estão preocupados com o próprio abastecimento ou de vizinhos do bloco.

Como a Suíça não pertence à União Europeia e o grupo está preocupado com seus membros, o país vai para o final da fila. O governo alertou para o exagero do risco, mas reconheceu que está se preparado para uma potencial falta de energia.

*Com informações da AFP e da Reuters