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Sakamoto: Consignado do Auxílio é conto do vigário que será bomba em 2023

Colaboração para o UOL*, em São Paulo

21/10/2022 19h42Atualizada em 21/10/2022 20h19

O empréstimo consignado do Auxílio Brasil é uma bomba fiscal que vai prejudicar muitos beneficiários em 2023, segundo análise do colunista do UOL Leonardo Sakamoto.

Na terça-feira (18), o MP junto ao TCU pediu a suspensão da concessão do crédito consignado do Auxílio Brasil pela Caixa, citando possível "desvio de finalidade" e uso "meramente eleitoral". "Num momento de desespero, o povo faz qualquer coisa. Sabendo disso, Bolsonaro entrega um consignado com juros altíssimos que será pago com dinheiro que seria para as pessoas comerem e saírem da fome", disse Sakamoto, no UOL News.

Segundo o jornalista, a população não está tendo a devida proporção do desconto do consignado no benefício concedido. "E o pior, tem algumas financeiras — pois muitas são agiotas escondidos — que estão dizendo que se as pessoas não conseguirem pagar, quem assume a dívida é o governo. Isso é mentira", afirmou.

"A dívida vai ser descontada do Auxílio Brasil. Se por algum acaso o benefício for interrompido, ela terá que ser paga", prosseguiu.

"Entrei em contato com o Ministério da Cidadania que deixou bem claro: 'o contrato de empréstimo é uma operação entre a instituição financeira e o beneficiário do Auxílio Brasil. Eventuais acertos de valores devem ser ajustados entre as partes. O Ministério da Cidadania não responderá pelos débitos contratados pelos beneficiários do programa Auxílio Brasil'", disse Sakamoto.

"Ou seja, tem muita gente pobre caindo no conto do vigário e isso é uma bomba que vai explodir no ano que vem", concluiu.

Lula vai priorizar Sudeste na reta final, diz coordenador de comunicação da campanha

Em entrevista ao UOL News, o coordenador de comunicação da campanha do ex-presidente Lula (PT), Edinho Silva, prefeito de Araraquara (SP), disse que o Sudeste é o foco antes do segundo turno eleitoral.

"Vamos continuar com a campanha debatendo a realidade da vida do povo brasileiro", disse o político. "Vamos continuar debatendo a economia, o endividamento das famílias e apresentando propostas."

"Mas é evidente que nessa reta final a agenda do presidente Lula vai priorizar o Sudeste por conta da densidade eleitoral", afirmou Silva. "O presidente viajou ao Nordeste, cumpriu agenda no Sul e praticamente no Brasil inteiro. Na reta final, a agenda ficará no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais", completou.

Sakamoto: Aras silencia quando Bolsonaro tenta comprar voto, mas se manifesta contra TSE e Moraes

O colunista Leonardo Sakamoto também falou sobre a ação da PGR (Procuradoria-Geral da República) no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a "norma eleitoral que ampliou o poder de polícia" do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"É lógico que Augusto Aras ia ser contra algo que Jair Bolsonaro não gosta, ainda mais algo que prejudica o presidente", disse Sakamoto. "Vamos relembrar que o Bolsonaro está torrando R$ 21 bilhões a mais do que desembolsaria em benefícios sociais — na prática, isso é compra de voto."

"Ele faz isso, o PGR não move nenhuma ação e ficou em silêncio. Mas agora se manifesta quando Bolsonaro fica irritado com uma decisão do TSE e começa aquela ladainha de sempre", afirmou o jornalista.

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(*Com informações de Estadão Conteúdo)