Incerteza da desinflação pode diminuir ritmo de queda de juros, diz Copom
Do UOL, em São Paulo
26/03/2024 08h13Atualizada em 26/03/2024 09h10
O Banco Central avalia que a incerteza da desinflação pode reduzir o ritmo de corte da Selic, a taxa básica de juros. A ata da última reunião do Copom foi divulgada hoje.
O que aconteceu
Alguns membros do Copom avaliam que pode ser necessário reduzir o ritmo de corte da Selic. "Se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir".
O Comitê antecipou que haverá um corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic na próxima reunião, evitando indicar cenários futuros. Na ata, o BC diz que o cenário mais incerto reduz o benefício da sinalização futura.
"O Comitê manteve, unanimemente, que a taxa de juros e sua respectiva trajetória serão aquelas necessárias para a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante de política monetária", diz a ata.
Na última quarta-feira (20), o Copom anunciou a redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano. Foi a sexta queda consecutiva e a menor taxa em 2 anos.
O Comitê avalia que o cenário prospectivo de inflação não se alterou substancialmente, mas se mostra mais incerto. Ao fim, concluiu-se unanimemente pela necessidade de uma política monetária contracionista. e cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária.
A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.
Trecho da ata do Copom